Em meio à crise na construção de uma base no Congresso Nacional, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou que é o governo que precisa das Casas legislativas. Após derrota do governo em votação na Câmara na semana passada, o presidente reconheceu ser preciso conversar constantemente com o Congresso para a aprovação de todos os projetos.
"O deputado pode pensar diferente, pode fazer uma emenda, querer mudar um artigo e nós temos que entender que isso faz parte do jogo democrático", disse Lula, em evento de lançamento de programa de escolas de tempo integral, em Fortaleza, capital do Ceará, nesta sexta-feira, 12.
Na semana passada, a Câmara votou para derrubar as alterações feitas pelo governo no decreto do saneamento. Agora, o Executivo se movimenta para não sofrer a mesma derrota no Senado.
Na fala, o presidente reconheceu que, "do jeito que está na Constituição brasileira", é o governo quem precisa do Congresso. "Por isso que a relação tem que ser civilizada, por isso temos que conversar", pontuou.
Apesar da crise na articulação, Lula disse que tem 513 deputados e 81 senadores em sua base no Congresso. "Eles serão testados em cada votação, cada votação você tem que conversar com todos os deputados, nenhum deputado é obrigado a votar naquilo que o governo quer, do jeito que o governo quer", declarou. "Não tenho que perguntar de que partido ele (deputado) é, tenho que tentar pedir para ele votar em nós", emendou, reiterando uma negociação pauta a pauta com o Congresso.
Na esteira da formação de um diálogo durante o mandato, o chefe do Executivo também destacou a importância de conversar com prefeitos e governadores, a exemplo do chefe do Executivo estadual do Ceará, Elmano de Freitas (PT).
"Elmano vai ser a primeira experiência do PT no Ceará a governar como presidente do PT. Ele não esteve comigo, mas você vai perceber que o governo federal não faltará ao povo do Ceará. Pode ficar certo que você será tratado da mesma forma que tratei Ciro Gomes quando fui presidente, porque não olho a cara do governador, não olho partido, olho a necessidade do povo", declarou o presidente da República.