Com a pauta de costumes novamente no centro da disputa eleitoral, o candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou nesta sexta-feira, 7, ser contrário ao aborto, mas ponderou que a mulher tem "supremacia" sobre seu corpo.
"Sou contra o aborto, sou pai de cinco filhos, avô de oito netos, bisavô de uma bisneta. Sou contra o aborto e muitas vezes quem tem que decidir o aborto ou não é quem está grávida. É a mulher quem tem mais poder de dizer se quer ou não quer. A lei existe e a lei diz como pode acontecer ou não. Não é papel do presidente da República", afirmou Lula à imprensa. "A mulher tem supremacia sobre seu corpo", acrescentou.
Na quinta-feira, 6, a campanha do ex-presidente já havia publicado nas redes sociais vídeo no qual Lula se colocava contra o aborto. "Não só eu sou contra o aborto, como todas as mulheres que eu casei são contra o aborto", disse.
No período da pré-campanha, o petista havia dito que o assunto era "questão de saúde pública" e que "todo mundo deveria ter direito". Agora, Lula adota nova postura na tentativa de atrair o voto dos evangélicos.
<b>Gasolina</b>
Também nesta sexta-feira, 7, em caminhada pelo setor comercial de Guarulhos, o candidato criticou a pressão, noticiada pela imprensa, do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a Petrobras. "Ele está brigando com a Petrobras para que não aumente a gasolina até 30 de outubro", afirmou o petista, em cima de um carro de som. "Ele está utilizando a eleição para fazer tudo aquilo que ele deveria ter feito antes das eleições".
Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) divulgados nesta sexta-feira mostram que a gasolina deveria ter um reajuste de R$ 0,32 por litro e o diesel de R$ 0,62 por litro nas refinarias brasileiras para compensar as defasagens em relação ao mercado internacional
Ao lado de seu candidato a governador paulista, Fernando Haddad (PT), Lula criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes, pela recente fala em que defendeu a possibilidade de privatizar praias. Para o petista, o ministro quer expulsar os pobres das zonas de lazer com a medida.
Com um discurso voltado à economia, Lula prometeu a inclusão do gás de cozinha na cesta básica e voltou a prometer a redução do preço da gasolina. "O povo não pode pagar gasolina e pedágio a preço de ouro", declarou o candidato.
Já Haddad tomou a palavra para se contrapor ao seu adversário no segundo turno, Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato apoiado por Bolsonaro. "Não vamos deixar fascista entrar em São Paulo, nem milícia do Rio de Janeiro", disparou o ex-prefeito da capital paulista. "O Tarcísio nem sabe o que é USP, Unesp e Unicamp", acrescentou, para reforçar a imagem de "forasteiro" do ex-ministro da Infraestrutura.