O ex-diretor de Operações da Sete Brasil e ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, disse nesta quinta-feira, 19, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua então ministra Dilma Rousseff participaram de reunião da diretoria da Petrobras, na qual foi tratada a demanda por sondas de perfuração, o que posteriormente levou à criação da Sete Brasil.
A afirmação foi feita em depoimento à CPI dos Fundos de Pensão, que investiga irregularidades na gestão desses fundos de servidores públicos. Barusco, delator da Operação Lava Jato, foi um dos participantes da formação da Sete Brasil, subcontratada da Petrobras, constituída por diversos investidores, entre eles a própria estatal, e com recursos provenientes de fundos de pensão.
Ele explicou que após a descoberta do pré-sal e a ampliação da produção, a Petrobras passou a necessitar de mais sondas. A estatal trabalhava apenas com equipamentos alugados. Na reunião, seria tratada a necessidade de alugar 18 sondas, um número considerado alto. Barusco se mostrou surpreso com a presença do então presidente Lula e de Dilma no encontro.
“Chamou tanta atenção (a demanda por sondas) que o presidente foi à reunião com a ministra”, disse, ressaltando que se tratou de uma reunião de trabalho. Posteriormente, a Sete foi criada para ser a proprietária das sondas de perfuração do pré-sal. Hoje, em crise, a companhia gerou perdas aos fundos de pensão.
O presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB), afirmou que a comissão vai apurar possíveis irregularidades envolvendo o caso relatado por Barusco. “Se houve influência política para a criação da Sete Brasil, temos que investigar se houve influência política e tráfico de influência para alavancar mais de R$ 3 bilhões dos fundos de pensão, dinheiro de aposentados, para criar a Sete Brasil”, disse.