Estadão

Lula fala em tom de campanha, critica Bolsonaro e acena a evangélicos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso com críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e acenos ao público evangélico, um dos setores da sociedade com mais resistência ao PT. O pronunciamento teve partes semelhantes a trechos de seus discursos de campanha, em 2022.

O presidente falou em Serra, maior cidade do Espírito Santo, onde foi inaugurar uma obra viária com o governador Renato Casagrande (PSB-ES) e o ministro Renan Filho (Transportes), além de outros aliados.

Haverá eleições municipais no ano que vem, e o petista deverá participar das campanhas de diversos candidatos a prefeito. Lula já disse acreditar que as disputas serão novamente uma polarização entre seu grupo político e o de Bolsonaro, como em 2022.

"Em todos os Estados da Federação que eu vou, em todos, eu pergunto para todo mundo se alguém lembra uma obra que aquela coisa referência a Jair Bolsonaro inaugurou", declarou Lula. "É verdade que ele não inaugurou nenhuma obra aqui, mas ele inaugurou o ódio. O ódio entre filhos, o ódio entre pais, a mentira", disse o presidente da República.

Lula afirmou que "tem família que não conversa mais" por causa de um "facínora" que "pregou o ódio durante quatro anos". Lula costumava dar declarações semelhantes durante seus comícios na campanha de 2022.

O presidente também fez acenos ao eleitorado evangélico. "O que resolve o problema de um povo não é a instigação do ódio utilizando a boa fé do povo evangélico para mentir dizendo que a gente ia fechar igreja, dizendo que a gente ia fazer banheiro unissex", declarou o petista. Lula também disse que se há alguém no Brasil que acredita em Deus, é ele.

"Esse País saiu de um momento de tortura para voltar para um momento de paz, de tranquilidade, de crescimento econômico, de geração de emprego e geração de riqueza", afirmou o presidente. Ele disse que nos próximos anos de seu governo os níveis de emprego vão crescer, "e junto com o emprego vai crescer o salário".

Lula repetiu que seu grupo político é odiado porque os adversários "não gostam de trabalhador pobre nem de autonomia das mulheres". Também disse que não há intenção de "tirar nada de ninguém", mas apenas dar chances à população mais pobre. O conteúdo de ambas as declarações foi recorrente na campanha de 2022.

Além disso, o presidente da República voltou a pedir que sua militância não trate como adversários políticos de outros partidos que participam dos seus atos públicos. Esse é um pedido recorrente de Lula tanto em campanha quanto no governo. O motivo é que seu grupo político não tem maioria no Congresso e, por isso, precisa fazer alianças com forças mais à direita para aprovar os projetos de seu interesse.

Posso ajudar?