Estadão

Lula, neutro na guerra, deve participar de foto de família com Zelenski no G7

Pressionado pela comunidade internacional a apoiar a Ucrânia na guerra iniciada pela Rússia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prefere manter a neutralidade em relação ao conflito, deverá participar de uma "foto de família" com o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, durante a Cúpula do G7.

A programação do encontro, que acontece neste final de semana em Hiroshima, no Japão, prevê a produção de uma imagem com os chefes de governo perfilados. A fotografia será registrada na manhã do domingo, 21, em frente ao parque Memorial da Paz, que lembra o bombardeio atômico sobre a cidade na Segunda Guerra Mundial. Lula e Zelenski, que critica a posição do governo brasileiro sobre o conflito, se encontrariam pela primeira vez na ocasião.

O secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, confirmou nesta sexta-feira, 19, que Zelenski aceitou o convite do G7 e estará em Hiroshima no domingo para defender um endurecimento nas críticas à Rússia e mais apoio a seu país. Os países-membros do G7 – Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália – vão anunciar uma nova leva de sanções contra Moscou.

O G7 é altamente coeso no apoio à Ucrânia, e a postura do Brasil de neutralidade, apesar do voto pela condenação à Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), incomoda a comunidade ocidental. Na semana passada, o assessor especial de Lula para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, esteve na Ucrânia, semanas após o presidente brasileiro receber em Brasília o chanceler da Rússia, Sergey Lavrov.

Ao falar da presença do ucraniano em Hiroshima, o jornal <i>The New York Times</i> diz que haverá pressão sobre Lula e outros chefes de governo que mantêm a neutralidade sobre o conflito. "Líderes da Índia, Brasil e outras nações que têm relutado em apoiar a Ucrânia também estão na reunião como observadores, e a presença de Zelenski pode tornar mais difícil para eles continuarem com essa postura, disseram várias autoridades", afirma o jornal americano.

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