O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende se envolver ativamente na disputa pela Prefeitura de São Paulo neste ano. Exemplo disso é a intenção do petista em realizar inaugurações de obras na capital paulista a fim de fortalecer a candidatura do deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) ao Edifício Matarazzo, sede da administração paulistana.
Entre os lançamentos do governo federal que vão servir de palanque para o psolista, estão duas unidades do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), que serão construídas em bairros periféricos, e o câmpus Itaquera da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A informação foi noticiada pela <i>CNN Brasil</i> e confirmada pelo <b>Estadão</b>.
Também são aguardados anúncios do governo Lula em outras áreas, como saúde e habitação. No ano passado, o presidente já assinou o contrato de início de obras de um conjunto habitacional acompanhado de Boulos. O evento ocorreu na zona leste da capital, servindo para impulsionar a pré-candidatura do líder sem-teto.
Na ocasião, Boulos subiu ao palanque acompanhado de Lula e foi o primeiro a discursar no evento, destacando o problema da moradia na capital, uma de suas principais bandeiras políticas. Ele elogiou o governo petista, mencionando que o empreendimento demonstra a falta de preconceito contra movimentos sociais, visto que a habitação era uma reivindicação antiga do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Segundo pessoas próximas à campanha de Boulos, os eventos com Lula serão importantes não só para reforçar a imagem do psolista, como também para se contrapor ao peso da máquina municipal e da estadual, que vão atuar a favor do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição com o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que frequentemente o convida para entregas de obras.
<b>Lula vai priorizar agenda interna</b>
Enquanto o primeiro ano do terceiro mandato de Lula foi marcado por uma extensa agenda internacional, na qual o presidente visitou 24 países em 15 viagens ao exterior, o segundo ano será caracterizado por viagens pelo País, em ano de eleições municipais, com conversas com prefeitos, governadores e o setor privado.
Neste contexto, o petista deve concentrar esforços nas eleições municipais de 2024. Apesar da escassez de nomes competitivos do PT em grandes colegiados, como São Paulo e Rio de Janeiro, a estratégia é formar alianças com parceiros estratégicos, Boulos e o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD).
Além disso, o PT já definiu candidaturas próprias em 11 capitais, número que pode subir para 14 nos próximos meses: ainda não há definições em Florianópolis, Manaus e Cuiabá. A tendência é que nas demais cidades o apoio seja a candidatos de partidos da base do governo Lula.