O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ter consciência de que o presidente da Câmara, Arthur Lira, é seu adversário político, mas ponderou a necessidade de manter as pontes com o líder do Centrão. "Muita gente achava que eu jamais conversaria com Lira. Eu sei que ele é meu adversário, mas ele é o presidente da Câmara dos deputados. E o presidente da República necessita conversar, dialogar", afirmou Lula em reunião com parlamentares no Centro Cultural Banco do Brasil, sede do governo de transição.
Ele voltou a dizer que o chefe do Executivo "não deve se intrometer" nas eleições internas da Câmara e no Senado.
Na tentativa de formar sua governabilidade, Lula também reforçou que não vai negociar com o Centrão, mas com parlamentares eleitos. "Governo terá diálogo com o Congresso e governadores, independentemente de partidos", disse o presidente eleito, para quem o governo não pode achar que projetos do Executivo estão perfeitos, a ponto de dispensarem colaborações. Vai conversar com todos, Parlamento, movimentos sociais e sindicais.
"É preciso conversar com movimentos sociais e sindicais", afirmou o petista. "Vou andar todos os Estados e não vai ter motociata, vai ter abraço e conversa".