O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que está tentando criar um "orçamento participativo" para combater o chamado Orçamento Secreto, escândalo revelado pelo <b>Estadão</b> e usado pelo governo Jair Bolsonaro (PL) para angariar apoio no Congresso Nacional. Segundo o petista, o programa de governo não pode ser criado apenas pelo seu partido, mas por todas as siglas que o apoiam e a sociedade civil.
"Estou querendo ver como vou criar mecanismo para que o povo brasileiro, quem sabe agora através da internet, possa participar da execução do orçamento", disse Lula durante entrevista à <i>Rádio Bandeirantes</i>. "Quando a gente chegar no Congresso Nacional com a proposta do orçamento não será mais o orçamento do Ministério da Fazenda ou do planejamento, será um projeto de orçamento com a participação da sociedade", complementou.
Questionado sobre economistas que contribuirão na formulação do programa econômico, Lula disse, sem citar nomes, que mais de 90 economistas participam do grupo de trabalho, inclusive profissionais do mercado. "O mercado precisa conversar com o candidato a presidente e a hora que eu tiver interesse eu vou conversar com o mercado", defendeu aos jornalistas.
Sobre a atuação do economista Pérsio Arida, que negou colaboração com a campanha de Lula, o ex-presidente afirmou que ele foi indicado pelo pré-candidato a vice Geraldo Alckmin (PSB) e participou de conversas junto a Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT. "É razoável que se converse, não somos dono da verdade. queremos conversar com todo mundo", enfatizou.