O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou nesta terça-feira, 7, suas diferenças com agentes do mercado financeiro. Em café da manhã com comunicadores de esquerda, ele ainda chamou as privatizações de "irresponsabilidade".
"Nunca tive ninguém do mercado elogiando as minhas políticas sociais. Sinceramente acho que quando falo de responsabilidade social, responsabilidade fiscal, estou chamando a responsabilidade do mercado para que eles compreendam que esse País não pode continuar passando fome, que as pessoas não podem ficar sofrendo dormindo nas ruas", declarou o petista.
Lula voltou a dizer que o mercado silenciou sobre a crise com a Americanas. O mercado financeiro, porém, reagiu com liquidação das ações da Americanas, com impacto sobre o Ibovespa. A B3 excluiu os papéis da empresa do índice após a empresa entrar em recuperação judicial.
O presidente afirmou que o mercado não tem a mesma sensibilidade que ele, que não pretende concordar com agentes financeiros. Reforçou, ainda, que o desenvolvimento social é bom também para o mercado.
"O mercado precisa ter sensibilidade. Não é só para ganhar dinheiro. É para permitir que os outros possam ganhar alguma coisa. Eu não sei se o mercado às vezes fica esperando que a gente se faça confiar. Muitas vezes parece que a gente tem que pedir para o mercado goste de mim, me deixe governar, me deixe fazer as coisas pela qual eu fui eleito… Eu não acho que a gente tem que pedir, acho que a gente tem que fazer", seguiu o presidente. "Nós temos que construir uma narrativa contrária àquela do mercado".
Para Lula, privatizações são uma "irresponsabilidade". "Gasto é quando você privatiza uma empresa como a Eletrobras e pega o dinheiro para fazer o que? Para pagar juros da dívida? Isso é gasto. Quando você investe na comida do povo, saúde do povo, na educação do povo, isso não é gasto. Chama-se investimento. É esse tipo de investimento que quero fazer."
<b>Reformas</b>
O presidente afirmou ainda que vai tentar construir uma maioria no Congresso para aprovar pautas de interesse do governo, como a reforma tributária.
"Queremos que o Congresso nos ajude", disse o presidente em café da manhã com comunicadores de esquerda. "Vamos tentar construir maioria que permita que a gente tenha capacidade de aprovar as coisas que precisamos aprovar no Congresso Nacional para bem melhorar a vida do nosso povo. Aí entra a questão de uma nova política tributária nesse País", acrescentou.