Estadão

Luminárias a gás voltam a brilhar no centro histórico de São Paulo

Mesmo depois de substituídos pelas lâmpadas elétricas no início do século 20, os lampiões a gás se apagaram por pouco tempo no centro paulistano. Desde o início de agosto, a chama da nostalgia voltou a brilhar, pois 18 das 38 luminárias localizadas no Pátio do Colégio, centro histórico, foram restauradas.

Os lampiões serão inaugurados oficialmente pela Subprefeitura da Sé no início de setembro em uma caminhada noturna, aberta ao público. O trajeto, todo iluminado pelas luzes antigas, vai desde a Rua Boa Vista, junto ao Pátio do Colégio, até o Solar da Marquesa, na Rua Roberto Simonsen. A ação contou com o apoio da Associação Comercial de São Paulo e do Pátio do Colégio.

Para o subprefeito da Sé, Alvaro Camilo, a boa iluminação pública inibe as ocorrências policiais. "Dentre os fatores de prevenção primária dos crimes, a iluminação é fundamental. Além disso, traz visitas, passeios e eventos. Pessoas circulando propiciam mais segurança para o centro de São Paulo."

Na iluminação pública, a iniciativa realça os contrastes entre o passado e o presente. O conjunto de lamparinas traz dispositivos acionados por uma fotocélula, que identifica a queda da luminosidade natural e libera o gás em um queimador. Ao clarear, o fornecedor é desligado automaticamente.

Os lampiões convivem com as lâmpadas com tecnologia LED, com componentes eletrônicos que transformam energia elétrica em luminosa e proporcionam melhora de 40% na iluminação por metro quadrado. A SP Regula, responsável pelas concessões dos serviços públicos, informa que foram instalados 130 novos refletores com ganho de 30% em fluxo luminoso e em qualidade de distribuição de luz no Triângulo Histórico (Largo São Bento, Pátio do Colégio e Largo de São Francisco) nos últimos meses.

<b>HISTÓRICO</b>

Até 1830, São Paulo não tinha sistema de iluminação pública. A cidade era escura, clareada quase que unicamente pela luz da lua. Cada casa tinha seu lampião. Quando alguém saía, levava a própria luz. Foi só em 1863 que o governo paulista contratou um serviço de iluminação a gás, obtido com carvão. Dez anos depois, a São Paulo Gás Company, hoje Comgás, espalhou 700 luminárias pelo centro, incluindo fachadas de cartões-postais, como a Igreja da Sé.

A tarefa de acendê-los e apagá-los, de manhã e à tarde, fazia parte do cotidiano e até inspirou crônicas e canções. Os versos "lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz" foram eternizados por Inezita Barroso.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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