Até a tarde desta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff (PT) parecia determinada a não entregar mais um ministro aos leões, com já fez seis vezes neste seu primeiro ano de mandato, após denúncias contra cinco deles de envolvimento em casos seja de enriquecimento ilítico seja de favorecimentos ou de corrupção. Carlos Lupi (PDT), titular do Trabalho e Emprego, no afã de permanecer no cargo, desde que surgiram denúncias de favorecimentos a ONGs por seu Ministério a exemplo do que tinha levado semanas antes a queda de seu colega dos Esportes Orlando Silva, foi pego – em rede nacional – em uma grande mentira.
Depois de discursar na semana passada que só sairia do Ministério a bala, que nem a presidente iria fazer isso com ele, as revistas deste final de semana desfiaram novo arsenal de denúncias contra ele. Uma delas, sobre a viagem oficial que fez com avião privado, alugado pelo dono de uma rede de ONGs que, meses depois, foi beneficiado com convênios para atender a projetos da Pasta, fez parte dos questionamentos que ele respondeu no Congresso semana passada. Na ocasião, Lupi negou conhecer Adair Meira, o tal “dono” da ONG. Porém, ficou provado até com fotos que o ministro percorreu sete municípios do Maranhão, em dezembro de 2009, na companhia de três pedetistas e também por Meira.
A comitiva viajou para o lançamento de um programa de qualificação profissional em vários municípios, a bordo de um King-Air branco com detalhes
Ontem, de volta ao Congresso, desta vez no Senado, Lupi voltou atrás, disse que não disse, reconheceu ter viajado com Meira, alegou não saber quem bancou o avião, entre outras contradições. Mesmo assim, parece – até contra orientação de colegas do próprio partido – realmente ter força suficiente para permanecer, já que teria detectado que a presidente não se importou com todos esses probleminhas. Por ora, ele fica. Difícil é saber se Lupi – ou Dilma – suportará o bombardeio que deve ocorrer assim que as revistas semanais chegarem às bancas, a partir deste sábado.