Sobre a cabeça dos paulistanos, o perigo é permanente. Os postes da cidade estão cada vez mais apinhados de fios e carretéis de cabos de telecomunicação, além de caixas plásticas responsáveis por distribuir os serviços do setor. Há equipamentos que desrespeitam as diretrizes de órgãos nacionais de regulamentação, assim como as regras de compartilhamento de postes da AES Eletropaulo.
Segundo a concessionária, na camada abaixo dos fios de energia, 28 empresas disputam 50 centímetros da estrutura nos cerca de 1,2 milhão de postes da capital. A AES Eletropaulo, dona das estruturas, cobra entre R$ 3 e R$ 18 por ponto e lucra por ano R$ 100 milhões, valor repassado para subsidiar a conta de luz. “Existe uma disputa enorme porque não tem lugar nos postes e eles estão sobrecarregados”, admite João Moura, presidente da Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp).
Nos anos 1990 as estruturas tinham três tipos de fiação: iluminação pública, rede de energia elétrica e antiga Telesp. No fim da década, com a expansão das telecomunicações, os postes começaram a ficar saturados. Com a disputa pelo espaço, as empresas excedem os limites autorizados. As normas foram estipuladas em resoluções conjuntas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
É fácil encontrar pelas ruas fios, carretéis e caixas pretas e cinzas que distribuem o serviço e ultrapassam o espaço destinado ao setor de telecomunicações, ficando até mesmo rentes à cabeça dos pedestres. Um exemplo está na Rua Original, na Vila Madalena, zona oeste. Um dos postes tem seis caixas que emendam a fiação e fazem a distribuição para os assinantes. “Ultrapassa o espaço. A empresa, às vezes, precisa passar um fio por onde há dezenas de fios”, afirma Moura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.