O churrasco organizado por Vanderlei Luxemburgo na quarta-feira para o elenco do Vasco ainda repercute. Dois dias depois, em entrevista coletiva, defendeu o treinador saiu em defesa do lazer em um dia de folga. O treinador exibiu incômodo com as críticas recebidas por ter promovido o momento de descontração, com a presença de um grupo de pagode, em Atibaia (SP), onde o time se prepara para encarar o Bahia, domingo, pelo Campeonato Brasileiro, em São Januário.
"Isso não determina quem vai ganhar ou perder um jogo de futebol, mas são seres humanos e, como tal, têm hora de lazer. Na quarta, na folga, promovi um churrasco, só a gente. E peguei um grupo de pagado de um amigo meu e trouxe aqui para tocar. Um churrasco e uma cervejinha… Aí você vê a reação das pessoas poxa, fez churrasco com o time nesse situação. São seres humanos, temos de tentar agrupar ao máximo, ficarmos mais próximos", disse.
Luxemburgo fez questão de citar a sua experiência no Real Madrid para defender a confraternização, apontando que elas eram rotineiras durante a sua passagem pelo clube espanhol. De acordo com ele, isso acontecia mensalmente por lá.
"Fiz no Rio, em uma pizzaria, com jogadores e suas famílias. Assim, você começa a integrar e agregar. O ganhar ou perder depende da responsabilidade. Nunca faria o churrasco na véspera do jogo, nunca liberaria a cerveja na véspera. Isso seria irresponsabilidade. Depois, o treino comeu duro pois o jogo de domingo é importante. As pessoas que saibam discernir, isso é coisa do passado, é uma bobeira. Teve gente que disse que era por isso que os brasileiros estão ultrapassados. No Real, se tinha essa obrigação de se reunir uma vez por mês", argumentou.
Luxemburgo também declarou que os atrasos salariais devem ficar em segundo plano no Vasco, com a preocupação maior sendo evitar o rebaixamento da equipe à Série B. E garantiu que o elenco tem o entendimento da importância desse desafio.
"Eu dei uma declaração na semana passada. Eu juntei os jogadores. Nós temos só um pensamento: manter o Vasco na primeira divisão. Estamos voltados para isso. Está entrando uma diretoria nova. Eu não quero saber de problema político, o Salgado foi empossado. Se vai ter briga jurídica, não quero nem saber. Mas os meus jogadores não estão preocupados com o salário. Se sair o salário, ótimo. Mas se o salário não sair, estamos preparados para enfrentar o Bahia e os demais adversários", afirmou.
"Estamos preparados para manter o time na primeira divisão. Cabe ao dirigente ter o discernimento de entender o que eles têm de fazer nas decisões de diretoria. Nós estamos preparados, vamos para o pau. Não estamos preocupados se vai receber ou não. Quem está entrando, tem de saber o que fazer. Pela primeira vez na vida eu venho a público falar isto. Eu sempre falei que os jogadores têm que receber. Mas neste momento não posso entrar nesse mérito. Eu não posso fazer com o que Vasco desvie atenção, que é manter o Vasco na primeira divisão. Não tem preço isso, manter o Vasco na Série A. Mas cada um sabe das suas responsabilidades", concluiu.
O Vasco é o 14.º colocado do Brasileirão com 36 pontos e um de vantagem para o Bahia, o 16.º e seu adversário no domingo, e o Fortaleza, que abre a zona de rebaixamento.