De um lado a imagem da presidente da República, Dilma Rousseff, entrando em um helicóptero da Força Aérea Brasileira para percorrer pouco mais de 10 quilômetros até a Base Aérea de Brasília, onde embarcou para os Estados Unidos. De outro, uma aposentada viúva, desesperada por saber que o remédio baratinho que encontrava na Farmácia Popular perto de sua casa para tratar de uma grave doença não terá mais o subsídio do Governo e passará a custar caro. Essas são cenas de um mesmo Brasil, que vive cheio de contradições que nos fazem muito mal.
Diante de toda a crise que abala o país com aumento do desemprego, descontrole da inflação e alta no custo de vida, era de se esperar que nossos governantes dessem o exemplo e parassem de gastar com coisas desnecessárias. No caso da presidente, sairia muito mais barato ela seguir em carro de sua casa ao Aeroporto, já que se tratava de um percurso relativamente curso, no final da noite, sem trânsito. Para as pessoas comuns, resta imaginar quanto custo para aquele baita helicóptero levantar voo.
Mas ela não está sozinha. O Legislativo, tanto em nível federal, como estadual e municipal, oferece uma série de luxos a deputados, senadores e vereadores. Há bolsa terno, bolsa casa, bolsa gasolina, bolsa avião, bolsa tudo. Qualquer despesa a mais é coberto pelos cofres públicos. A coisa é tão absurda que a rádio Jovem Pan de São Paulo iniciou uma campanha (#chegadeluxo), em que expõe gastos absurdos de nossos políticos. Em uma das postagem, consta que cada senador R$ 94.650,00 para renovar suas camas e colchões. Isso é só um exemplo, que vai longe.
Nesta semana, para cortar gastos, o Governo Federal anunciou que irá cortar subsídios do programa Farmácia Popular, em que fornece medicamentos de graça ou a preços simbólicos, que beneficiam milhões de brasileiros, principalmente aqueles de origem mais humilde. Trata-se de um dos vários programas assistencialistas, criados para tentar agradar grande parte da população, como é o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida, entre outros.
Melhor seria se o Governo cortasse seus próprios custos para evitar uma crise ainda maior. Mas prefere cortar os investimentos sociais. No final, penaliza o cidadão que mais precisa e que vive do assistencialismo, criado justamente para mantê-lo sob o controle dos grupos que estão no poder. Talvez, esse momento possa servir para que as pessoas possam perceber que este não é o caminho para o desenvolvimento do país. Melhor que todos tenham condições de pagar por aquilo que precisam do que ter que confiar em políticos que investem na miséria absoluta.