Cidades

Luz vermelha

A inclusão do nome do ex-prefeito Elói Pietá (PT) em uma lista do Tribunal de Contas do Estado (TCE) não é nova. Ele aparece como condenado em algumas ações desde 2011, inclusive no rol de processos transitados e julgados, que o colocaria na condição de candidato “ficha suja”. No entanto, o fato da situação permanecer da mesma forma às vésperas do prazo final para registro de chapas acende a luz vermelha na pré-campanha petista.
 
Momento ruim
 
O PT entrou nesta disputa sabendo que teria grandes problemas para lidar com o eleitorado, no momento em que o partido aparece citado e envolvido em diversos processos da Lava Jato. O líder maior, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, já se tornou réu em pelo menos um de tantos processos em que é citado, a presidente afastada Dilma Rousseff está na iminência de perder definitivamente o cargo e, na cidade, o prefeito Sebastião Almeida se vê em situação bastante difícil diante da crise financeira e política que passa seu governo.
 
Risco calculado?
Diante do quadro hostil, o PT se viu obrigado a trazer de volta Elói Pietá, que dizia estar cansado e que não queria voltar a disputar qualquer eleição. Apesar de serem notórios os problemas por conta do período em que foi prefeito, o partido preferiu o risco a ter como candidato o deputado Alencar Santana. Ou seja, se Elói não fosse habilitado à disputa, não seria surpresa para ninguém, apesar de fontes ligadas ao PT – e até da oposição – avaliarem que ele irá obter o registro da candidatura.
 
Faca no pescoço
Mesmo conseguindo registrar a candidatura, há um desgaste natural ao entrar na disputa sob judice, sabendo que – dependendo do encaminhamento da ação – o candidato pode vir a se tornar inelegível. Para o PT, a possível saída de Pietá da disputa seria um banho de água gelada nas pretensões futuras do partido na cidade. Sem o principal nome na linha sucessória, candidatos a vereador da legenda precisarão se superar numa disputa que já não seria fácil com ele.
 
Saída pela direita
Já aqueles políticos que caminharam com o PT nos últimos 15 anos e meio, mas não quiseram se expor a riscos, buscaram – desde o ano passado – espaços em outras candidaturas. Desta forma, não é de se estranhar que nomes governistas, incluindo até secretários de confiança do prefeito Sebastião Almeida, estejam levantando bandeiras como se eles fossem da oposição. Tudo não passa de um jogo de cena, muito bem planejado, para que se mantenham próximo ao poder, em caso de se saírem vitoriosos nas urnas. 
 
 

Posso ajudar?