O MAC-USP também inaugura neste sábado, 28, a exposição Goeldi/Jardim: A Gravura e o Compasso, com curadoria do artista e professor Claudio Mubarac. Trata-se de uma mostra com obras de dois dos mais respeitados criadores da arte gráfica brasileira, Oswaldo Goeldi (1895-1961) e Evandro Carlos Jardim (1935). “É uma aproximação de dois mestres”, diz o curador.
Todos os trabalhos exibidos pertencem ao acervo da instituição – e no caso de Jardim, a exposição, de longa duração, celebra a doação ao museu de mais um conjunto de 17 de suas criações. “Estilisticamente, não há relação entre os dois, mas é possível identificar uma solidão nas suas obras, a representação de espaços solitários”, afirma Claudio Mubarac.
Segundo o artista curador, quando convidado a organizar a mostra, ele percebeu que, coincidentemente, os dois gravadores estavam representados na coleção do MAC, cada um, por 12 peças. Outra característica curiosa descoberta na pesquisa foi o fato de as gravuras apresentarem “o Goeldi maduro” – em xilogravuras e um desenho datados dos anos 1930 aos 1950 – e “o jovem Jardim” – cuja experimentação técnica é uma característica marcante da década de 1960 em diante.
Expostas frontalmente, as obras dos mestres destacam, como define Mubarac (também gravador), os trabalhos de “desenhistas cartógrafos poéticos”. “Goeldi olha o subúrbio do Rio e Jardim olha São Paulo. Os centros e as margens, nas gravuras e nas cidades, perdem seus significados habituais, e com isso se dissipam as hierarquias”, descreve o curador no texto que acompanha a mostra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.