Após as eleições parlamentares neste domingo, 19, na França, a ala governista que apoia o presidente reeleito Emmanuel Macron conquistou 245 assentos, 44 a menos que na legislatura anterior, e com isso perdeu maioria absoluta no Parlamento francês. Em segundo lugar, a aliança de esquerda comandada pelo ex-candidato à presidência Jean-Luc Mélenchon ocupou 131 cadeiras, enquanto o Rassemblement National, da também ex-candidata à presidência Marine Le Pen, passou de 8 para 89 parlamentares.
Em comentários à imprensa após os números oficiais serem divulgados, Le Pen classificou o resultado como uma "vitória histórica" e um "evento sísmico" na política francesa. "Macron é um presidente minoritário agora. Seu plano de reforma da aposentadoria está enterrado", declarou a ex-presidenciável em Hénin-Beaumont, seu reduto no norte da França, onde foi reeleita para mais um mandato de cinco anos no Parlamento.
Na visão do analista de política e vice-diretor-geral do Instituto de pesquisa eleitoral Ipsos, Brice Teinturier, o resultado de ontem mostra que o partido de extrema-direita está "se instituicionalizando.
Para a Eurasia, o resultado foi "muito pior" do que o esperado, e agora a França enfrenta a perspectiva de "semanas de negociações confusas para formar uma nova coalizão ou governo minoritário". A nova aliança terá de incluir diversos parlamentares de esquerda ou extrema-direita, algo negativo para Macron e que ameaça um período prolongado de instabilidade política, diz a consultoria, que ainda destaca o atual cenário complicado de guerra na Ucrânia e "risco crescente" de recessão econômica. (*Com informações de Associated Press)