Macron testa positivo para covid-19 e força isolamento de líderes mundiais

O presidente da França, Emmanuel Macron, de 42 anos, testou nesta quinta-feira, 17, positivo para o novo coronavírus, levando vários líderes europeus a entrar em quarentena. Macron e vários de seus ministros, chefes de governo e autoridades de outros países que tiveram contato com ele passarão por um período de isolamento para evitar a propagação do vírus.

Segundo comunicado do Palácio do Eliseu, sede da presidência francesa, Macron foi submetido a um teste RT-PCR ao apresentar os primeiros sintomas, o que confirmou o diagnóstico. O presidente cancelou os compromissos presenciais e permanecerá em isolamento por sete dias, trabalhando de forma virtual.

Macron tinha prevista uma viagem na terça-feira ao Líbano, onde ele tem liderado esforços internacionais para resolver uma profunda crise política.

O diagnóstico causou uma reação em cadeia. Vários líderes mundiais que tiveram contato com o presidente francês nos últimos dias anunciaram que entrarão em "isolamento preventivo", como os primeiros-ministros de Portugal, António Costa, de Luxemburgo, Xavier Bettel, e da Bélgica, Alexander de Croo. Segundo o governo da Espanha, o premiê Pedro Sánchez – que se reuniu com Macron na segunda-feira, 14, em Paris – ficará em isolamento preventivo até o dia 24.

Entre as autoridades francesas, também confirmaram a adoção do isolamento social o primeiro-ministro francês, Jean Castex, e o presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand. Segundo o governo, a mulher do presidente, Brigitte Macron, não apresenta sintomas da doença, mas também está em isolamento.

Essas não foram as únicas pessoas que mantiveram contato com Macron nos últimos dias. O presidente teve um encontro oficial com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría.

Macron também se reuniu com 25 dos 27 líderes da União Europeia em uma cúpula em Bruxelas no final da semana passada para discutir as mudanças climáticas, o Orçamento da UE e a Turquia. Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, o premiê italiano, Giuseppe Conte, e outros líderes foram vistos na sala de reunião, usando máscaras. O governo alemão informou que o exame de Merkel deu negativo após a cúpula da UE.

<b>Segunda onda</b>

A infecção de Macron ocorre durante a segunda onda da pandemia na França, que voltou a adotar medidas de distanciamento e isolamento social para tentar controlar a propagação, como o fechamento de bares, restaurantes e centros culturais, além de toque de recolher das 20 horas às 6 horas.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, mais de 17 mil casos da doença foram confirmados na França em 24 horas, com quase 300 mortes. Desde o início da pandemia, o país registrou 2.456.126 casos e 59.472 mortes por covid-19.

Em meio ao cenário crescente de casos, o país tenta programar o início de uma campanha nacional de vacinação. Na quarta-feira, Castex afirmou que, se as condições permitirem, a imunização dos franceses começará na última semana de dezembro.

Macron é o mais recente caso de governante a contrair o novo coronavírus, uma lista que inclui os presidentes dos EUA, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, além do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

A Europa superou ontem meio milhão de mortes pelo novo coronavírus, tornando-se a primeira região do mundo em alcançar esta cifra simbólica. A União Europeia começará sua campanha de vacinação nos dias 27, 28 e 29 de dezembro, anunciou ontem a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Desde outubro, a Europa voltou a ser o epicentro da pandemia. Nos 52 países e territórios europeus, foram registrados pelo menos 500.069 mortes entre os mais de 23 milhões de contágios declarados, um número de óbitos que supera os das outras duas regiões mais afetadas, a América Latina e o Caribe (477 mil mortes) e EUA e Canadá (321 mil).

O aumento dos contágios provocou restrições mais duras em vários países europeus. A Polônia, que tem mais de 24 mil mortos, anunciou ontem três semanas de confinamento após o dia 28. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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