O Vaticano anunciou nesta terça-feira que Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) se tornará uma santa em 4 de setembro, um dia antes do 19º ano de sua morte. O papa Francisco emitiu um decreto estabelecendo a data para a canonização da missionária em uma reunião nesta manhã com cardeais no Palácio Apostólico.
O Vaticano não especificou o local da cerimônia, mas a maioria das canonizações é realizada pelo papa em Roma. Em abril de 2014, a dupla canonização dos papas João Paulo II e João XXIII na Praça São Pedro atraiu cerca de 800 mil peregrinos à cidade.
Eventualmente, porém, essas cerimônias podem ocorrer fora de Roma. Em setembro, Francisco canonizou Junípero Serra, um missionário espanhol do século XVIII, na Califórnia, durante uma visita aos Estados Unidos.
Caso o pontífice faça a cerimônia de canonização em Calcutá, seria a primeira visita de um papa à Índia desde 1999. De qualquer modo, o evento deve lançar foco sobre o atual Ano Sagrado da Misericórdia, que o papa iniciou no Vaticano em 8 de dezembro.
O líder da Igreja Católica abriu caminho para a canonização da Madre Teresa em dezembro, após decidir que a cura de um brasileiro com infecção cerebral e doença renal, em 2008, havia ocorrido por intercessão dela. A Igreja Católica normalmente exige um milagre “médico” antes que um católico morto possa ser declarado beato e mais um para que ele possa virar santo.
O papa João Paulo II beatificou Madre Teresa em 2003, após reconhecer como um milagre a cura de uma mulher indiana cujas enfermeiras haviam rezado para a falecida religiosa. Em geral, o Vaticano espera no mínimo cinco anos após a morte de alguém antes de considerar a beatificação, mas o processo pode levar séculos. No caso da Madre Teresa, com a permissão papal, o processo começou já 18 meses após a morte.
Madre Teresa nasceu em Anjëzë Gonxhe Bojaxhiu, de uma família de etnia albanesa em Skopje, onde atualmente fica a República da Macedônia. Ela fundou as Missionárias da Caridade, ordem religiosa que se dedicava aos “mais pobres entre os pobres, em 1950 em Calcutá. Ganhou o Nobel da Paz em 1979. No momento de sua morte, a ordem dela tinha mais de 4 mil membros, com atuação em cinco continentes. Fonte: Dow Jones Newswires.