Cidades

Mãe acusa colégio por não aceitar rematrícula de seu filho

Maria Izabel Neiva, mãe do garoto Lucas Neiva, de 8 anos, foi à Polícia Civil denunciar que o Colégio Cidade Jardim Cumbica não aceitou a rematrícula de seu filho. Motivo: "racismo".

Em um bilhete enviado à mãe em agosto, a direção do colégio pediu que o aluno cortasse o cabelo crespo. A mãe não cortou, e o filho não conseguiu fazer a rematrícula. A Polícia Civil abriu inquérito por racismo, conforme reportagem veiculada nesta quinta-feira no telejornal Bom Dia Brasil, da TV Globo.

Segundo Maria Izabel Neiva, mãe do garoto Lucas Neiva, de 8 anos, ela recebeu em agosto um bilhete da professora do filho para que ele usasse um corte de cabelo mais adequado. Maria Izabel decidiu não cortar o cabelo dele e mandou um bilhete à diretora da escola, que respondeu dizendo que [esse tipo de] "cabelo [black power] não é usado no colégio pelos alunos".

"Vim conversar com ela [diretora] pessoalmente, passei umas duas ou três horas, e falei que não atrapalha em nada o cabelo dele. Ele enxerga normalmente, o cabelo não está no olho, não atrapalha em nada. Mas ela disse que atrapalha os colegas a enxergar a lousa". Ela [diretora] falou que o cabelo dele é crespo, cheio e inadequado. Venhamos e convenhamos, mãe", contou Maria Izabel ao Bom Dia Brasil desta quinta-feira (5).

Ainda de acordo com a mãe, ela disse que não recebeu nenhum aviso sobre a rematrícula do filho e ao procurar a secretaria da escola foi informada que já não havia mais vaga para o menino.
Para o delegado do 3º Distrito Policial, Jorge Vidal Pereira, a conduta da escola pode ser qualificada como racismo.
"Toda vez que a pessoa é impedida ou é tolhida de entrar em algum estabelecimento, inclusive em estabelecimento de ensino, que tenha a conotação que é por causa da cor ou do cabelo, está caracterizado dentro da lei que apura os crimes raciais", disse Pereira.
De acordo com a polícia, a diretora da escola já foi notificada sobre o inquérito e deve comparecer na próxima segunda-feira (9) à delegacia para prestar depoimento.

Em nota enviada à TV Globo, a direção do colégio Cidade Jardim Cumbica disse que a mãe perdeu o prazo da rematrícula e que foi orientada a colocar o nome do filho na lista de espera. Ainda de acordo com a escola, a professora havia orientado a mãe a cortar o cabelo do menino porque a franja estaria atrapalhando a visão dele, mas que isso não tem relação com o fato de o menino não poder ser rematriculado. A direção considerou o inquérito policial como "absurdo".

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