A mãe de Celso Araújo Novais, motorista de aplicativo morto em um tiroteio no aeroporto de Guarulhos, passou mal e desmaiou durante o velório do filho, realizado na noite de domingo (10) em um cemitério da cidade. Aparecida Camilo de Araújo, que havia viajado cerca de 20 horas de Brasília para a despedida, ficou visivelmente abalada ao chegar ao local e teve uma queda de pressão, o que a levou a ser imediatamente amparada por familiares e amigos.
Em uma conversa com outros filhos por telefone, Aparecida pediu: “Não me deixem nunca mais sozinha, nunca mais”. A irmã de Celso, Juliana Araújo, afirmou que não permitiria que a mãe entrasse na sala onde o corpo estava sendo velado até que ela se recuperasse um pouco das energias. “Não vou permitir que ela entre na sala até recuperar um pouco as forças”, disse Juliana, também emocionada e com a voz embargada.
Celso Araújo Novais, de 40 anos, foi morto a tiros no mesmo ataque que tirou a vida do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, no aeroporto de Guarulhos. Segundo Juliana, Celso estava no “melhor momento da vida dele”. Ela revelou que havia planos de passar o Natal com o irmão e que, além disso, ele adorava fazer videochamadas e se exibir para os familiares.
O velório, que começou por volta das 18h, contou com a presença de dezenas de pessoas. Duas coroas de flores foram colocadas na sala onde o corpo de Celso estava sendo velado. Uma das faixas dizia: “Meus sinceros sentimentos a toda a família”.
A amiga de infância do motorista, Emerentina Santiago Pereira Nunes, de 38 anos, lamentou a perda e a forma como a tragédia abalou a família. “Revolta porque a pessoa sai para trabalhar e acontece isso. Você vê uma família dilacerada”, afirmou, visivelmente emocionada. Emerentina contou que, embora tivesse ficado um ano sem ver Celso, o considerava uma pessoa de “coração bom” e muito alegre, lembrando dos tempos de escola em Guarulhos.
A revolta de Simone Dionízia Fernandes Novais, irmã de Celso, foi expressa em palavras de indignação sobre a falta de apoio por parte das autoridades. “Ninguém me ligou nem para desejar ‘meus sentimentos'”, disse Simone, que é servidora pública. Ela também criticou a ausência de respaldo por parte de profissionais do aeroporto e das forças de segurança pública.