“Vejo no hospital as crianças queimadas e penso que poderia ser meu filho. Prefiro eu estar com a dor do que eles”. O relato em meio às lágrimas é de Edilene dos Santos Silvestre, que foi gravemente ferida por um incêndio enquanto tentava salvar o filho em meio às chamas. O acidente, que aconteceu no último dia 19, na favela Itapegica, destruiu a casa da mulher.
Apesar da atitude da mãe em desespero para salvar o filho, a jornada no incêndio só aconteceu devido à incerteza sobre a presença da criança no local atingido pelo fogo. “Eu cheguei do serviço e a minha filha pediu para brincar na pracinha. Eu disse que ia usar o banheiro e dar banho nela. Quando estava no banheiro, já estava acontecendo o incêndio, mas não vi, porque estava em cima, na laje”, conta Edilene.
“Um amigo do meu filho subiu a escada e disse que estava pegando fogo. Como ele é brincalhão, achei que era brincadeira. Ele desceu com minha filha e continuou dizendo que estava pegando fogo. Aí no meio do tumulto eu subi, porque pensei que meu filho estava lá em cima, mas cheguei e estava saindo fumaça. Entrei para encontrar meu filho e minha vizinha gritou que ele já estava lá embaixo. Quando eu fui passar, o fogo já tinha tomado a escada”, completa.
Ao todo, a ajudante de cozinha tem sete filhos. No momento, estavam Ana Lúcia, de 3 anos e Yuri – procurado no momento – de apenas 6. O instinto materno foi justamente para salvar o garoto sem saber que já estava seguro no ato do incêndio.
“Pensei que se eu ficasse no meio da laje eu ia morrer. O fogo veio pra cima e defendi com meus braços, me encostei no muro e pulei para a escada. Queimei as costas e os braços, perdi as minhas coisas, mas estou viva”, explica a mulher.
Edilene teve queimaduras graves e perdeu a casa. Mas, já está bem assistida, com remédios e mantimentos. Um conhecido se disponibilizou para reconstruir a residência, contudo, é preciso arrecadar materiais de construção para as obras. São necessários 1.500 tijolos, 4 metros de areia, 15 sacos de cimento, 8 sacos de cal, 16 telhas, 5 janelas, além de vidro e madeira. Quem puder contribuir com produtos ou qualquer quantia financeira, pode procurar a amiga Mislene, no Whatsapp (11) 98601-0729.