Mães e pais de alunos, principalmente os de meninas, disseram temer novos ataques e criticaram a conduta da escola com a adolescente estuprada por três alunos. “Tinham de ter ligado na hora para a PM. É um absurdo a porta de um banheiro ficar trancada por quase uma hora e ninguém desconfiar de nada”, afirmou a babá Zilda da Cruz Paes, de 45 anos.
Outros diziam-se revoltados. “Se fosse com a minha filha e a escola não tivesse feito nada, eu mesmo teria ido atrás dos três, sem responder pelos meus atos”, disse o motorista Roni de Oliveira Matos, de 33 anos, pai de um estudante de 13 anos.
As meninas com idade entre 12 e 15 anos que estudam no período da tarde na Escola Estadual Leonor Quadros disseram ao jornal O Estado de S. Paulo que não usam mais os banheiros da unidade de ensino. Em casos de maior necessidade, as adolescentes vão em grupos de até cinco meninas para conseguirem se proteger caso sejam atacadas.
“Pode acontecer com qualquer uma de nós. Infelizmente, aconteceu com ela e me sinto muito triste e vulnerável”, disse uma estudante de 14 anos.
Funcionários que não quiseram se identificar disseram à reportagem que os três alunos suspeitos não frequentavam as aulas e ficavam o tempo todo do lado de fora das salas de aula. “Eles ficavam sem fazer absolutamente nada dentro da sala. Quando assistiam aula, era para tumultuar”, disse um deles.
Outro funcionário afirmou que quase não há inspetores na escola e que os que trabalham no local não dão conta dos problemas com alunos.
Procurada para comentar, a Secretaria de Estado da Educação explicou que a escola “tem sete agentes de organização escolar, responsáveis pelo bem-estar dos alunos”. Segundo a pasta, eles também auxiliam “na manutenção da disciplina geral”.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.