O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacellar, disse ao <i>Broadcast</i> que a entidade sindical apoia a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Petrobras, ou seja, a demissão de Jean Paul Prates do comando da estatal e a indicação da ex-diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Magda Chambriard para o cargo.
Bacellar afirmou que Chambriard é engenheira aposentada da Petrobras, além de ter passado pela ANP, e tem todas as credenciais para assumir a maior empresa do País sem grandes questionamentos pela governança e pelo Conselho de Administração da estatal. O sindicalista observou ainda que a indicação ainda tem valor pela representatividade feminina.
"O presidente Lula tem capacidade de análise superior à nossa. Ele consegue enxergar a floresta, as correlações de forças existentes nesse imenso Brasil, enquanto nós enxergamos as árvores. A decisão tomada por ele terá o nosso apoio por isso", disse Deyvid.
O coordenador geral da FUP afirmou ainda que a prioridade é manter a boa relação dos petroleiros com a direção da Petrobras, assim como aconteceu sob Jean Paul Prates, a quem reconhece uma gestão de reconquista de direitos dos trabalhadores, do papel da Petrobras na economia e na modernização da estrutura da empresa.
Segundo Bacellar, a ideia é que esse resgate seja mantido sob a gestão de Chambriard, e que mais avanços aconteçam. A executiva teria uma leitura madura do mercado de óleo e gás e da soberania nacional que coaduna com a visão da FUP em vários pontos, de acordo com o sindicalista.
Para Bacellar, é fundamental aumentar o nível de encomendas da companhia à indústria naval brasileira, a fim de gerar emprego e renda, acelerar obras que estavam paradas e foram retomadas sem grande tração na gestão de Prates e seguir no esforço de reestatizar refinarias vendidas à iniciativa privada em governos anteriores.
O sindicalista disse ainda que pretende interceder em nome de aposentados para rever a questão dos equacionamentos do fundo de pensão da categoria, o Petros, que leva a descontos mensais que reduzem o poder de compra dos beneficiários.