O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, afirmou, em delação premiada à Polícia Federal (PF), que o senador Magno Malta (PL-ES) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL-RS) faziam parte de um grupo que incentivava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República.
Esse grupo de conselheiros radicais, de acordo com Mauro Cid, dizia que Bolsonaro teria apoio da população e de pessoas armadas, os CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), que tiveram o acesso a armas facilitado durante o governo passado.
As informações são da coluna de Bela Megale, do jornal <i>O Globo</i>. Também faziam parte do grupo, ainda segundo Mauro Cid, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), conforme a coluna de Aguirre Talento, do portal UOL.
A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que as acusações são "absurdas", enquanto Eduardo disse que a "narrativa não passa de fantasia, devaneio". Em nota, o senador Magno Malta disse que nunca incentivou o ex-presidente a dar um golpe de Estado e ressaltou a importância de "realizar análises aprofundadas antes de se tirar conclusões".
"Minhas interações com Bolsonaro após as eleições eram pautadas em momentos de consolo, orações e leitura da Bíblia. Estou plenamente disposto a cooperar com as autoridades, buscando esclarecer quaisquer dúvidas que possam surgir. Acredito que a menção do meu nome está relacionada ao tempo que passei com o ex-presidente, mas reitero que não há fundamento para preocupações, pois não cometi nenhum crime", disse Malta.
O <b>Estadão</b> procurou Onyx Lorenzoni, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.