Apesar da oposição avisar que vai postergar a indicação de membros das comissões especiais das reformas da Previdência e Trabalhista, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), manteve o calendário de instalação dos colegiados para esta quinta-feira, 9. Maia rebateu o discurso dos oposicionistas de que há uma tentativa de “atropelamento” do trâmite das matérias e defendeu a urgência para o início das discussões. “Não podemos perder tempo. O Brasil está numa crise muito grande para que a gente perca tempo em duas matérias que são urgentes”, argumentou.
A ideia de Maia é ler hoje o ato de criação das duas comissões no plenário. A regra interna prevê a instalação das colegiados em até 48 horas, o que permitiria a realização da sessão de instalação das comissões a partir das 14 horas de quinta-feira.
Maia deixou claro que, se houver a indicação da maioria dos membros para as comissões, vai instalar os trabalhos independentemente da ação da oposição. “Ninguém está dizendo que vai votar um tema como esse da noite para o dia, mas a gente tem que começar o debate”, justificou.
A oposição deixou a reunião de colégio de líderes considerando que Maia poderia adiar a instalação das comissões especiais para a próxima semana, assim como foi determinado para as discussões sobre a divisão das comissões permanentes. A minoria criticou a pressa para a instalação das comissões reformistas. “A oposição vai protelar as indicações para que a democracia seja observada”, disse o líder do PCdoB, Daniel Almeida (BA).
Maia ressaltou que a oposição terá o direito de promover o debate sobre os temas. “Ninguém vai suprimir o debate dessas duas matérias”, enfatizou.
Escolhido para presidir a comissão da Reforma da Previdência, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse nesta terça que a função é o maior desafio de sua vida política. “Tenho a convicção de que a nossa previdência precisa ser ajustada”, comentou. Marun ressaltou que o objetivo é concluir a apreciação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Congresso no primeiro semestre. “O nosso tempo é curto e o Brasil tem pressa”, declarou.