Estadão

Maioria das Bolsas da Europa fecha em queda, com BCs e após payroll nos EUA

As bolsas da Europa fecharam majoritariamente em queda nesta sexta-feira, em meio às perspectivas por aperto monetário nas maiores economias do planeta. A criação de emprego mais forte do que o esperado nos Estados Unidos, indicada pelo relatório payroll nesta sexta, reforçou expectativas por aumento de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), a partir de março.

No fechamento, o índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 1,38%, a 462,15 pontos, em baixa de 0,73% na semana.

Os EUA registraram geração líquida de 467 mil de vagas em janeiro, segundo o Departamento do Trabalho americana. O número veio bem acima da previsão de analistas consultados pelo <i>The Wall Street Journal</i>, que estimavam criação de 150 mil postos. Os dados dos meses anteriores também tiveram drásticas revisões positivas.

Para o ING, o indicador servirá de "munição" para a ala do Fed que defende um aperto monetário ainda mais agressivo. A plataforma de monitoramento do CME Group mostrou que, após o payroll, o porcentual de apostas por aumento da taxa básica em 50 pontos-base de juros no mês que vem subiram a 32,7%, de 14,7% na quinta-feira. Os 67,3% restantes dos investidores ainda precificam aumento de 25 pontos-base.

As expectativas por aperto desestimularam a busca por ações nos dois lados do Atlântico. Em Londres, o índice FTSE 100 encerrou com retração de 0,17%, a 7.516,40 pontos, em alta de 0,67% na semana.

O economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, afirmou nesta sexta que um "aperto monetário modesto" deve ser necessários nos próximos meses, mas alertou contra expectativas por um ciclo de alta de juros muito agressivo. Na quinta, o BoE elevou o juro básico pela segunda reunião consecutiva, em 25 pontos-base, a 0,50%.

Já no Banco Central Europeu (BCE), que deixou juros inalterados na quinta, o dirigente Madis Muller disse que a instituição pode revisar a rapidez com que termina as compras de títulos e está pronto para ajustar seus planos atuais, se necessário.

Com isso no radar, o CAC 40, de Paris, perdeu 0,77%, a 6.951,38 pontos, com queda semanal de 0,21%.

Em Frankfurt, o DAX cedeu 1,75%, a 15.099,56 pontos, uma queda de 1,43% em relação à sexta-feira passada.

Já o FTSE MIB, de Milão, baixou 1,79% nesta sexta, mas se elevou 0,14% na semana, a 26.603,59 pontos.

Entre indicadores em destaques na região, as encomendas à indústria da Alemanha subiram 2,8% em dezembro ante novembro de 2021, conforme informou o governo local nesta sexta. Já a Eurostat, agência oficial de estatísticas da União Europeia, mostrou queda nas vendas do varejo da zona do euro de 3% em em igual base comparativa.

Em Portugal, o PSI 20, referência em Lisboa, subiu 0,48%, a 5.605,88 pontos, em alta de 1,52% na semana.

Na vizinha Espanha, o Ibex 35, de Madri, baixou 1,15% nesta sexta, a 8.589,30 pontos, de acordo com cotação preliminar.

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