Estadão

Maioria das Bolsas da Ásia fecha em baixa, com tensões por míssil na Polônia

As bolsas asiáticas fecharam, na sua maioria, em baixa nesta quarta-feira, 16, sob tensões geopolíticas após um míssil atingir uma região da Polônia próxima à fronteira com a Ucrânia. O disparo do projétil ainda é incerto, mas autoridades norte-americanas afirmaram que, de acordo com informações preliminares, o míssil deve ter vindo da Ucrânia, e não da Rússia. Agora, os mercados aguardam por novas sinalizações de autoridades globais.

A cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reunirá na manhã de desta quarta para discutir o caso. O míssil que atingiu o território polonês matou duas pessoas e veio em meio a uma série de bombardeios russos sobre infraestruturas ucranianas de energia elétrica.

A princípio, foi creditada a autoria do ataque às forças russas, mas a informação perdeu força depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que isso era improvável dada a trajetória do míssil. Sob condição de anonimato, autoridades americanas afirmaram á <i>Associated Press</i> que o ataque provavelmente veio da Ucrânia, segundo sugerem informações preliminares.

"As ações asiáticas estavam defensivas na quarta-feira, com as tensões geopolíticas impulsionando a ação dos preços", disse Anderson Alves, da ActivTrades. "Os traders estão esperando por mais desenvolvimentos na frente geopolítica para direcionar os ativos de risco. Qualquer sinal de escalada na situação volátil pode causar uma reação nos mercados", completou.

O Rabobank destaca que uma eventual escalada do conflito no Leste Europeu ameaça a estabilização da inflação global, a exemplo do que já ocorreu com a guerra na Ucrânia esse ano.

"Sim, leituras mais fracas do PPI, além da leitura estranhamente fraca do CPI dos EUA em outubro, sugerem que a inflação global atingiu o pico. No entanto, quem pensa que agora volta a 2% novamente precisa olhar para um cenário geopolítico que diz que não é esse o caso", alerta o banco holandês.

A bolsa de Xangai fechou em queda de 0,45%, a 3.119,98 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen composto recuou 0,78%, a 2.038,00 pontos. Na China, pesa ainda a perspectiva de enfraquecimento da economia local, após indicadores fracos nesta semana.

"Embora o recente relaxamento nas restrições da covid-19 indique que mais flexibilização pode ocorrer, acreditamos que uma mudança significativa da política de covid-zero só ocorrerá depois de março de 2023", de acordo com o Commerzbank.

Exceção nesta quarta, o índice Nikkei, de Tóquio, fechou com ganhos de 0,14%, a 28.028,30 pontos, após abertura negativa. O destaque ficou por conta de ações do setor de energia, como a Mitsui Matsushima (+4,3%), Inpex (+2,0%) e Japan Petroleum Exploration (+3,1%).

O sul-coreano Kospi terminou o dia em baixa de 0,12%, a 2.477,45 pontos, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, fechou em queda de 0,47%, a 18.256,48 pontos. Já o taiwanês Taiex cedeu 0,06%, a 14.537,35 pontos.

<b>Oceania</b>

Na Oceania, o australiano S&P/ASX 200 recuou 0,27%, a 7.122,20 pontos.

<i>*Com informações de Associated Press e Dow Jones Newswires</i>

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