As bolsas asiáticas fecharam em queda nesta sexta-feira, 18, com exceção do pregão na Coreia do Sul. O principal driver foi a postura agressiva de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) quanto ao aperto monetário nos Estados Unidos, em comentários que derrubaram as bolsas de Nova York na quinta-feira.
O presidente da distrital de St. Louis do BC americano, James Bullard, alertou que é possível que os juros tenham de subir mais (de 5% a 7%) do que o mercado estima hoje para conter a inflação dos EUA. Já o chefe do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, alertou que a entidade seguirá elevando os custos de financiamento até que tenha certeza de que os preços estão moderando em direção à meta. Já o membro do Conselho da autoridade monetária, Philip Jefferson defendeu a busca por uma economia de inflação baixa.
"A última rodada de discursos do Fed nos lembrou que os formuladores de políticas podem permanecer muito agressivos", alerta Edward Moya, da Oanda, em um relatório. "O Fed pode continuar a subir juros além de fevereiro", estima. Atualmente, há maior probabilidade para que o Fed encerre o atual ciclo de aperto monetário entre março e maio do ano que vem, com uma taxa no patamar de 5% a 5,25%, segundo mostra levantamento do CME Group.
Na China, a bolsa de Xangai fechou em queda de 0,58%, a 3.097,24 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen composto baixou 0,48%, a 2.029,32 pontos. Por lá, há preocupações quanto à desaceleração da economia chinesa.
Nesta sexta, um consultor do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) recomendou uma meta de crescimento inferior a 5% para o país em 2023. A meta de 2022, de 5,5%, não deve ser atingida, já que nos três primeiros trimestre do ano a China cresceu somente 3%.
Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em queda pelo terceiro dia seguido, de 0,29%, a 17.992,54 pontos. Ações de incorporadoras imobiliárias puxaram o recuo. Entre elas, a Country Garden Holdings baixou 6,5%, Ping An Insurance cedeu 3,7% e a Citic cai 2,7%.
Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,11%, a 27.899,77 pontos. Investidores reagiram à aceleração do índice de preços ao consumidor (CPI) japonês, de alta anual de 3,0% em setembro para 3,7% em outubro, maior nível em três décadas, de acordo com a Capital Economics. Dito isso, as medidas de apoio fiscal do governo reduzirão a inflação em 2023 e o Banco do Japão (BoJ) manterá sua política monetária ultra-acomodatícia", avalia a casa.
Entre outros índices, o sul-coreano Kospi subiu 0,06%, a 2.444,48 pontos, e contrariou o movimento geral. Já o taiwanês Taiex fechou em baixa de 0,21%, a 14.504,99 pontos, e o australiano S&P/ASX 200, na Oceania, avançou 0,23%, a 7.151,80 pontos.
<i>*Com informações de Dow Jones Newswires e Associated Press</i>