Uma semana em solo europeu, sem qualquer complexo de inferioridade, mas com a certeza de que o Brasil precisa ainda comer muita grama para tentar parecer com um país grande. Lógico que aqui está o berço da civilização, que eles começaram a se tornar gente séculos antes de nós, que aspectos culturais desse povo são exemplos históricos, mas já passa da hora de pararmos.de engatinhar e começar a dar passos firmes rumo ao desenvolvimento.
Durante a passagem por cidades da Alemanha, deu para perceber como soluções bastante simples e óbvias facilitam a vida das pessoas. Tanto em Dusseldorf como em Frankfurt, por exemplo, o transporte coletivo se sobrepõe ao individual. Por todos os cantos da cidade, pequenos trens, tipo esses fura-filas que vira e mexe algum político apresenta como uma solução mirabolante, dividem os espaços pelos canteiros centrais de ruas e avenidas com carros, ônibus e pedestres.
Nada de grandes viadutos ou passagens subterrâneas que poderiam encarecer a implantação desse tipo de transporte. Eles estão incorporados ao fluxo de veículos, param nos faróis vermelhos, fazem conversões entre outros carros e assim por diante. Ou seja, estão incorporados às realidades urbanas sem qualquer megalomania, tão comum pelo Brasil.
Há muitos outros exemplos dessas soluções inteligentes, mas vou destacar só mais um. Numa viagem ao longo do vale do Reno, ainda em solo alemão, a rodovia acompanha o leito rio, por onde grandes barcaças realizam o transporte de cargas. Bem ao lado, na mesma direção, linhas férreas levam passageiros e também todo tipo de mercadoria. Simples. Diferentes sistemas de transporte convivem na mais perfeita harmonia, unindo cidades e povos, seguindo o fluxo da própria natureza. Ideia genial de alguém com superpoderes? Parece que não. Basta deixar o rio correr seu curso apenas promovendo ações inteligentes.
Ernesto Zanon
Jornalista, diretor de Redação do Grupo Mídia Guarulhos, escreve neste espaço na edição de sábado e domingo
No Twitter: @ZanonJr
