Mais da metade dos aprovados no vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) deste ano são oriundos da escola pública. Os números serão divulgados nesta sexta-feira, 12, com a lista de todos os aprovados para as 3.320 vagas disponíveis em 70 cursos de graduação. A Unicamp não adota cotas, mas um sistema de bonificação.
É a primeira vez que a universidade consegue aprovar mais de 50% dos candidatos vindos de escola pública e assim alcançou a meta que havia estipulado para 2017. A meta aprovada pelo Conselho Universitário da Unicamp (Consu), em 2013, também prevê chegar no próximo ano com a aprovação de 35% de candidatos autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI), que ainda não foi alcançada neste ano.
Para o vestibular deste ano, a Unicamp aumentou a bonificação no vestibular para os alunos de escola pública e PPI. Já que, no ano passado, havia obtido o pior resultado de inclusão social em cinco anos, com a proporção de oriundos de escolas públicas de apenas 30,2% e 15,7%, de PPIs. Em 2014, a taxa havia sido de 36,9% e 18%, respectivamente.
À época, a avaliação interna da Unicamp foi a de que seriam necessárias políticas mais agressivas para atingir o objetivo de inclusão. Comissões internas chegaram até a debater a adoção de cotas, mas a proposta não foi à frente.
Mudança
Até 2015, os candidatos tinham direito ao bônus somente na segunda fase do vestibular. Para este ano, os pontos extras, passaram a ser acrescidos às notas tanto da primeira e da segunda etapa.
Neste ano, foram adicionados 60 pontos às notas da primeira fase do vestibular para candidatos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas da rede pública. Nesse grupo, os autodeclarados pretos, pardos ou indígenas ainda tiveram direito a outros 20 pontos extras.
Os que passaram para a segunda fase receberam 90 pontos a mais na prova de redação e nas provas dissertativas. Para os estudantes PPI egressos da rede pública, foram mais 30 pontos na segunda fase, além dos 90.