Cidades

Mais de 100 famílias do Jardim Bambi podem perder suas casas

Imobiliária que vendeu os lotes teria aumentado o valor das parcelas sem aviso, segundo moradores

Cerca de 100 famílias do Jardim Bambi estão prestes a perder suas casas devido a um imbróglio que vem se arrastando por mais de uma década junto a imobiliária Continental, que comercializou os lotes de praticamente toda área onde foram construías as residências. Segundo os moradores do local, há cerca de 11 anos e meio, os terrenos foram adquiridos em um regime de financiamento que acompanhava a inflação anual.

No entanto, de uma forma inesperada, a imobiliária teria mudado o sistema de juros e o valor das parcelas que girava em torno de R$ 300 mensais, subiram mais que o dobro. "Ninguém mais conseguiu pagar porque ficou fora do orçamento. As parcelas subiram de tal forma que ficou inviável de pagar", disse o morador Graciano Doto.

Doto disse também que há anos, ele e outros moradores estão tentado uma renegociação da divida junto a imobiliária, mas sem sucesso. "Acho que já fomos mais de 100 vezes tentar conversar e eles (imobiliária) estão irredutíveis. Queremos acertar a dívida, mas com parcelas que consigamos pagar", justificou.

O maior medo das famílias que moram no local é que a qualquer momento tenham que sair de suas casas, umas vez que a imobiliária pediu reintegração de posse a Justiça. "Eu já recebi um ofício dizendo que tenho de deixar a casa, assim como minha irmã e outros moradores. Algumas pessoas que moravam no bairro já perderam suas casas e hoje estão morando de aluguel", contou.

Os moradores, inclusive, pedem auxílio do município com as tratativas junto a imobiliária para verem se conseguem reverter a situação de reintegração. "Ninguém tem condições aqui de comprar outro imóvel. Só queremos um acordo que fique viável para os moradores. Todos querem pagar o que devem", concluiu Doto.

A reportagem entrou em contato com a imobiliária Continental para saber mais detalhes sobre o processo de reintegração de posse e qual o motivo da inviabilidade de um acordo entre moradores e imobiliária. No entanto, a reportagem foi informada que o dono da imobiliária, Valter Luongo, está em viagem.

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