Mais de três milhões de sírios devem procurar refúgio na Europa se o regime de Bashar al-Assad prevalecer na Síria com a ajuda da Rússia e do Irã – o que torna essencial que a União Europeia recupera o controle sobre suas fronteiras externas -, disse nesta terça-feira o presidente do Conselho Europeu da União Europeia, Donald Tusk.
“Hoje, milhões de potenciais refugiados e imigrantes estão a sonhar com a Europa, não só da Síria, mas também da África, Afeganistão, Paquistão, Iraque e outros lugares. Para todos os refugiados, o fácil acesso para a Europa e a falta de fronteiras externas tornaram-se um ímã, atraindo-os para nós”, disse Tusk ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
Desde o início do ano, cerca de 550 mil imigrantes e refugiados chegaram na Europa, principalmente através da Turquia, da Grécia e dos países balcânicos. Mas até três milhões podem chegar em breve, em meio ao envolvimento da Rússia e do Irã na Síria, que pode favorecer o regime de Assad, alertou Tusk.
“Uma vitória potencial do regime de Assad é mais provável hoje por causa do engajamento do Irã e da Rússia na Síria e irá resultar na próxima onda imigratória. De acordo com estimativas da Turquia, mais três milhões de refugiados em potencial podem vir de Aleppo e sua vizinhança”, disse ele.
Os governos europeus e as instituições da União Europeia (UE) têm lutado por uma resposta coerente a este afluxo sem precedentes de pessoas, com alguns fechando suas fronteiras, em seguida, reabrindo, a Hungria construindo cercas fronteiriças e a Alemanha abrindo brevemente suas portas a todos os refugiados sírios.
Tusk disse que a Alemanha, que há mais de uma semana tinha permitido a passagem livre para os imigrantes entrarem no país, exibiu “belos gestos morais que todos nós apreciamos muito”. Mas, agora, controlar as fronteiras externas da UE foi uma condição prévia para uma “política imigratória eficaz, humanitária e de segurança”, acrescentou. Fonte: Dow Jones Newswires.