Quase 100 toneladas de resíduos foram coletadas em São Paulo, de junho a dezembro de 2011, pelo Programa de Logística Reversa de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos (REEE), realizado pela ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.
Desse total, 42% são compostos por produtos de informática, 23% por eletrodomésticos portáteis, 14% por equipamentos de áudio e vídeo, 12% por telefones e 3% por pilhas e baterias. Os 6% restantes dizem respeito a outros tipos de aparelhos. "Esse tipo de resíduo demanda um processo de gerenciamento e destinação diferenciados para que não causem danos ao meio ambiente e à saúde pública. Daí a importância desse programa, que está totalmente alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos", explica Carlos Silva Filho, diretor executivo da ABRELPE, ao destacar que os REEEs, também chamados de e-lixo, contêm metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio.
"Estruturamos junto com parceiros como a Prefeitura de São Paulo, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal e o Grupo Pão de Açúcar ecopontos permanentes, onde a população pode entregar o e-lixo. Durante o ano de 2011 também promovemos campanhas em shoppings e eventos, dentre as quais destacam-se a parceria com a Virada Sustentável e a Conferência Municipal de Produção Mais Limpa, de forma a chamar a atenção da sociedade para essa questão", acrescenta Silva Filho. O acordo firmado entre a administração da capital paulista e a entidade foi a primeira iniciativa de logística reversa permanente colocada em prática por um município no Brasil.
Além dos ecopontos, o Programa de Logística Reversa de REEEs da ABRELPE contempla outras ações, como o Giro nas Escolas, que visa conscientizar estudantes do Ensino Fundamental e Médio; e a cartilha "Lixo Eletrônico – vamos dar o destino adequado!", já distribuída a mais de um milhão de pessoas. A entidade também é responsável por fazer a gestão dos resíduos recolhidos – coleta programada, transporte e manufatura reversa -, que são encaminhados a empresas especializadas e licenciadas para o manuseio do material.
40 milhões de toneladas por ano
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a geração de REEE no mundo cresce cerca de 40 milhões de toneladas por ano, dos quais 80% acabam em países em desenvolvimento e são responsáveis por 70% dos metais pesados encontrados nos aterros e lixões, que acabam por contaminar solos e recursos hídricos. O Brasil está entre os países que mais destacam televisores – 700g/habitante/ano – ficando atrás de México e China.
Para este ano, a ABRELPE está programando a expansão da iniciativa para outras cidades do País e estruturando a ampliação das parcerias estabelecidas para dar cada vez mais opções adequadas para a destinação desse tipo de resíduos pela sociedade.