Mais de 73 mil pessoas da etnia muçulmana Rohingya deixaram o Estado de Rakhine, em Mianmar, em direção à vila de pescadores Shah Porir Dwip, em Bangladesh, fugindo da onda de violência iniciada no último dia 24 de agosto, segundo a porta voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Vivian Tan. Os campos de refugiados em Bangladesh estão perto de atingir sua capacidade total e membros dos Rohingya continuam chegando aos locais.
O êxodo começou depois que integrantes dos Rohingya atacaram postos da polícia e de forças paramilitares em Mianmar para, segundo eles, proteger o grupo de perseguição por forças de segurança da maioria budista do país. Em resposta, os militares deflagraram uma operação contra os insurgentes.
Membros dos grupos de apoio aos refugiados disseram ontem que mais de 50 pessoas chegaram à fronteira de Bangladesh com ferimentos provocados por balas e foram levados para hospitais locais. Os refugiados que alcançaram a fronteira disseram que bombas explodiram perto de suas casas e que membros dos Rohingya foram queimados vivos. Neste domingo, pessoas que estavam em uma área próxima à cidade fronteiriça de Teknaf relataram ter visto chamas e fumaça vindo da fronteira com Mianmar.
O presidente da Indonésia, Joko “Jokowi” Widodo, pediu o fim da violência no Estado de Rakhine e enviou seu ministro de Relações Exteriores, Retno Marsudi, para discutir a situação dos muçulmanos Rohingya com a líder do Mianmar, Aung San Suu Kyi, neste domingo. A Indonésia é a maior população muçulmana do mundo e teme uma repressão limitar conta a etnia que vive em Mianmar. Widodo condenou a violência em Rakhine e prometeu ajuda humanitária aos membros da etnia.
Marsudi deve se encontrar com diversos governantes do Mianmar, incluindo Suu Kyi. Ele também viajará a Bangladesh para inspecionar os esforços de seu país para oferecer ajuda aos refugiados. Fonte: Associated Press.