Mais de 800 mil toneladas de algodão “sujo”, associadas à desflorestação no Brasil, foram detectadas em artigos de vestuário e têxteis para marcas como a Zara e a H&M.
As recentes acusações feitas pela organização não governamental britânica Earthsight contra os gigantes do varejo de moda Zara e H&M lançaram luz sobre questões graves relacionadas ao uso de algodão proveniente de áreas desmatadas ilegalmente no Brasil.
Segundo o relatório publicado em abril de 2024, o cultivo em larga escala do algodão está exacerbando o desmatamento no Cerrado, um bioma crucial para a biodiversidade e o equilíbrio ambiental do país.
O documento aponta para uma série de violações socioambientais, incluindo desmatamento ilegal, apropriação de terras de comunidades indígenas e tradicionais, condições de trabalho precárias e possíveis casos de corrupção. A exploração dessas terras e pessoas revela uma cadeia de produção manchada por práticas questionáveis, que vão desde a destruição do meio ambiente até a violação dos direitos humanos.
As empresas em questão, Zara e H&M, negaram veementemente as acusações, declarando compromisso com a sustentabilidade em suas operações. No entanto, a pressão de organizações como a Earthsight e outras entidades ambientalistas ressalta a necessidade de medidas mais rigorosas por parte dessas empresas. Simples negações não são suficientes diante das evidências apresentadas no relatório.