Opinião

Mais do que o preto e o branco

Paixão à primeira vista. Assim que a imagem da nova camisa número 3 do Corinthians foi exibida na internet, não tive dúvidas. Puxei a foto e coloquei em meu MSN, revelando aos amigos com quem mantenho contato online a aprovação ao novo grená, que nada tem a ver com o Timão.


No domingo passado, o time entrou em campo em Araraquara com o novo uniforme para enfrentar e vencer o Coritiba. No mesmo dia, torcedores mais radicais fizeram uma manifestação no próprio estádio condenando a nova cor. O mesmo que ocorreu quando a roxa foi lançada, numa alusão ao fanatismo da fiel: “sou corinthiano roxo”. Desde então, outras duas foram apresentadas, uma com listras pretas e outra com uma cruz no peito, mas sempre com a tonalidade roxa em primeiro plano.


Nesta semana, um amigo roxo como eu, o jornalista Paulo Manso, me perguntou pelo MSN se eu realmente tinha gostado do grená, quase que numa atitude de reprovação, chamando a atenção para o fato de ser mais uma ação de marketing para vender camisas. Nunca tive dúvidas disso e imediatamente confirmei ter gostado. Ele respondeu: “gosto não se discute”. Realmente, não há como debater sobre temas que envolvem preferências.


Outro amigo jornalista, mas palmeirense, o Marcelo Jatobá também comentou sobre a camisa grená, dizendo que havia curtido. Respondi que eu realmente havia gostado e que admirava essas iniciativas dos clubes, lembrando que – apesar de achar feia – aprovava o “verde fralda” usado pelos meus eternos adversários, numa alusão, com todo respeito, ao material já usado. Óbvio que ele riu completando que preferia a camisa azul utilizada no ano passado ou retrasado.


Assim como o grená de hoje, o azul palmeirense nada tem a ver com as cores do clube. Era uma alusão ao Palestra que deu origem ao Verdão. Se é para vender camisas, paciência. Torcedor gosta. Tem gente que coleciona e fica meses a espera das novidades só para colocar mais uma em seu armário ou sair às ruas exibindo seu fanatismo ou preferência.


O grená corinthiano não tem a ver com as origens do clube. Apenas aparece como uma homenagem ao time italiano do Torino, que em 1949, foi vítima de um acidente de avião em que todos atletas vieram a falecer. Como tributo aos colegas, o Corinthians entrou em campo com o uniforme daquela equipe. Perfeito. Gostei.


 


Ernesto Zanon


Jornalista, diretor de Redação do Grupo Mídia Guarulhos, escreve neste espaço na edição de sábado e domingo


No Twitter: @ZanonJr

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