O Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa recebeu a inscrição de 1.364 obras este ano, ante 1.215 registradas em 2017. Concorrem livros escritos e publicados em português em qualquer país do mundo no ano passado.
Obras de poesia lideram as inscrições com 576 títulos (42%), seguidas por romances, com 483 títulos (35%), livros de contos, com 206 inscrições (15%), crônicas, com 78 títulos (5%) e 21 obras de dramaturgia (1,5%).
Destaque para o aumento na inscrição de obras de autores africanos: 37 (22 de Moçambique, 11 de Cabo Verde e 4 de Angola). No ano passado, editoras africanas inscreveram seis livros – e apenas o angolano Pepetela chegou à semifinal. Dos inscritos este ano, o moçambicano Mia Couto teve seu livro, “O Bebedor de Horizontes”, publicado em seu país e em Portugal em 2017 – a obra está chegando agora às livrarias brasileiras.
Também foram inscritos “A Sociedade dos Sonhadores Involuntários”, do angolano José Eduardo Agualusa, que saiu em Portugal e aqui, e “Rua Antes do Céu”, do cabo-verdiano José Luiz Tavares, lançado em Portugal e em seu país.
A maior presença de obras de autores do continente impactou, também, na formação do júri. Serão 73 jurados este ano, entre escritores, poetas, professores universitários, jornalistas e críticos literários – 12 de Portugal, dois de Cabo Verde, três de Moçambique, três de Angola e 53 do Brasil. Em 2017, foram 50 brasileiros, 12 portugueses e três africanos residentes em
Portugal
O júri vai escolher as 50 obras semifinalistas – e a divulgação será no início de agosto. Na sequência, forma-se o júri intermediário, que vai escolher os dez finalistas, e o júri final, responsável pela escolha dos quatro vencedores que vão ganhar R$ 100 mil, R$ 60 mil, R$ 40 mil e R$ 30 mil.
Ao todo, 346 diferentes editoras inscreveram livros no Oceanos 2018. Além das obras lançadas e inscritas por essas editoras, 60 volumes foram publicados em edições do autor. Além disso, a edição deste ano tem 28 obras publicadas em língua portuguesa em países como Alemanha (5 livros), EUA (21), Itália (1) e Reino Unido (1). No ano passado, duas obras haviam sido publicadas na Espanha e uma no Quênia.
O Prêmio Oceanos é realizado pelo Itaú Cultural com patrocínio do Itaú, CPFL Energia e República de Portugal – por meio do Fundo de Fomento Cultural Português. Os curadores desta edição são os brasileiros Selma Caetano, Manuel da Costa Pinto e Mirna Queiroz e a portuguesa Isabel Lucas.
Em 2017, os quatro premiados foram a portuguesa Ana Teresa Pereira, com “Karen”; Silviano Santiago, com “Machado”; o português Helder Moura Pereira, com “Golpe de Teatro” e o brasileiro Bernardo Carvalho, com “Simpatia pelo Demônio”, empatou com a portuguesa Maria Teresa Horta, autora de “Anunciações”. Ela recusou o prêmio.