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Mais salário, menos recessão

A foto de uma placa na entrada de um estabelecimento comercial nos Estados Unidos tem circulado pelas redes sociais e diz o seguinte: “Se cada um de nós gastarmos US$ 100 por ano no mercadinho do bairro, ao invés de destinar essa mesma quantia em uma grande rede de supermercados, essa atitude, por si só, somaria US$ 3 milhões anuais a mais circulando em nossa economia, além de gerar milhares de novos empregos.”
 
Embora vivamos realidade diferente da norte-americana, é fato que a economia não vai bem e o quanto antes aprendermos a viver em um período recessivo, tanto melhor.
 
Prestigiar o comércio local é, sim, uma boa forma de driblar os efeitos de uma recessão, pois garante a vida desses pequenos empreendedores que geram renda e emprego para milhares de pessoas.
 
O Banco do Povo Paulista (BPP) da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho faz um trabalho eficiente no empréstimo de pequenos volumes ao microempreendedor do Estado. Com 0,35% de taxa de juros mensal (a menor entre as instituições financeiras), o BPP transformou-se no maior programa de microcrédito estadual do país com empréstimos que já somam mais de R$ 1,4 bilhão.
 
Nessa mesma direção, o governador Geraldo Alckmin deu um passo importante quando atendeu integralmente ao pedido das centrais sindicais para aumento do piso regional paulista. Atualmente o salário mínimo de São Paulo vale R$ 810 e, pelo acordo, vai para R$ 905 em 2015, um aumento de 11,75%. Esse acréscimo serve de referência em convenções coletivas de várias categorias profissionais e é fundamental para a classe menos privilegiada de trabalhadores – a dos domésticos.  
 
Mais dinheiro circulando aquece a economia do Estado e estabelece uma potencial recessão, pelo menos, algo mais branda. Estima-se que 8 milhões de paulistas sejam beneficiados com esse aumento do piso.
 
Só para efeito de comparação, o salário mínimo federal deve subir por volta de 8,8%, de R$ 724 vai para R$ 788. Valor bem abaixo do que será praticado no estado de São Paulo em 2015.
 
Incentivar o consumo através de aumento salarial, atrair novos investimentos e facilitar a abertura de pequenos negócios fazem parte de um conjunto de medidas saudáveis e essenciais para que uma eventual recessão tenha efeitos menos devastadores na vida dos paulistas.
 
Tadeu Morais é secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho

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