Estadão

Mais seguro, Jão abre turnê com ares de superprodução

Fãs enlouquecidos. Um show que passa por todas as eras da curta, mas potente, carreira. Estrutura grandiosa. Presente para uma fã. Música "surpresa". E um repertório pop melódico. Jão teve uma verdadeira noite de Taylor Swift e iniciou a Superturnê, sua maior tour até aqui, lotando o Allianz Parque, em São Paulo, no sábado, 20.

O cantor separou sua apresentação em quatro atos, divididos nos elementos terra, ar, água e fogo, que representam seus álbuns – Lobos, Anti-Herói, Pirata e Super -, e interpretou 28 canções em 2 horas de show.

Com a introdução de Rádio, ele iniciou seu maior ato artístico até aqui. O cantor se emocionou em vários momentos. "Esta é uma conquista muito grande da minha carreira, mas principalmente uma conquista nossa. Esse show é uma celebração de quem a gente é", agradeceu.

Com a trinca Escorpião, A Rua e Essa Eu Fiz Pro Nosso Amor, ele deu as primeiras cartadas e levantou os fãs, apesar de ainda parecer preso a um script. Um pouco travado no começo, atento aos movimentos calculados da estreia de seu novo espetáculo, Jão começou a se soltar de vez quando as melodias chicletes de Imaturo e Gameboy entraram em cena.

O cantor foi içado por uma corda no momento mais impactante da apresentação. Em Sinais, foi puxado para cima. E lá no alto, do topo de um prédio projetado no enorme telão, cantou A Última Noite. Um ato de carga dramática e teatral.

O grande sucesso da carreira, Idiota, chegou no terceiro ato, que também trouxe uma parte inédita da letra de Locadora. Pilantra, parceria com Anitta, foi a única música não presente em um álbum do cantor no repertório da tour. E, com Me Lambe, Super e Alinhamento Milenar, ele encerrou o show de estreia da Superturnê.

O ponto de virada da carreira de Jão foi seu terceiro disco, Pirata, lançado em 2021, e o hit Idiota, que virou single no início do ano seguinte. Em março de 2022, entupiu o palco secundário do Lollapalooza e esgotou seis noites no Espaço das Américas. Em 2023, Super foi recebido com um estrondoso sucesso entre os fãs. Lançado em agosto, o álbum bateu àquela altura o recorde de reproduções no dia de estreia no Spotify, com 8 milhões de streams nas primeiras 24 horas. Se o trabalho de estúdio foi criticado, o show no The Town, semanas depois, acabou elogiado pela confiança do artista em cima do palco.

É fato. Jão está cada dia mais seguro nas apresentações ao vivo e com a autoestima lá em cima. Entre um repertório que pode soar monotemático e a inquestionável conexão com os milhões de fãs, ele vai se equilibrando nessa difícil corda bamba. Uma corda na qual ele parece caminhar com bastante firmeza.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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