Com crescimento acima da margem de erro na mais recente pesquisa Ibope/<b>Estadão</b>/<i>TV Globo</i> e a menor rejeição de todos os 14 candidatos à Prefeitura de São Paulo, Márcio França (PSB) espera conseguir chegar ao segundo turno contra o prefeito tucano Bruno Covas com um discurso de terceira via que não se apoia nem no antipetismo e nem no anti-bolsonarismo.
A expectativa da equipe é ultrapassar o deputado Celso Russomanno (Republicanos) e o candidato Guilherme Boulos (PSOL) na reta final da corrida eleitoral do primeiro turno e repetir o feito de 2018, quando passou Paulo Skaf e foi ao segundo turno na disputa pelo governo do Estado.
"O nosso monitoramento aponta que a disputa (pela segunda vaga do segundo turno) já está embolada. Conforme eu havia previsto desde o começo, no final, o eleitor também começa a fazer um certo voto útil. Ele vai em busca de quem tem chance de derrotar o candidato do (governador João) Doria", disse França, ontem, em agenda de campanha no Terminal Parque Dom Pedro II.
"As pessoas preferem alguém com menos rejeição, que tem mais chance de vencer no segundo turno. Evidente que isso não é uma conta matemática, mas eu noto que, na outra eleição, aconteceu isso em relação ao Skaf. Até o finalzinho, eu estava atrás dele. No finalzinho, eu passei ele por 9 mil votos só aqui na capital, uma disputa muito apertada", afirmou. "Desta vez, ficaremos eu e o Russomanno a disputar essa posição. O Boulos foi uma boa surpresa, mas ele disputa esse voto com o PT. À medida que o PT começa a crescer, ele tira (votos do Boulos)."
Segundo pesquisa Ibope/<b>Estadão</b>/<i>TV Globo</i>, divulgada sexta-feira passada, a rejeição de França caiu de 14 pontos porcentuais em meados de outubro para 10 pontos. No levantamento mais recente, Covas tem 26% das intenções de voto, ante 20% de Russomanno e 13% de Boulos. França alcançou 11%, tendo crescido quatro pontos porcentuais na comparação com a pesquisa anterior. A campanha do PSB avalia que o ex-governador cresce nas periferias e que essa alta leva mais tempo para ser registrada nos levantamentos.
<b>Sem cabo</b>
Mesmo coligado em São Paulo com o PDT de Ciro Gomes – terceiro candidato mais votado nas eleições presidenciais -, França não tem se alicerçado no pedetista como cabo eleitoral e se apresenta como uma opção que não está amarrada a uma preferência do eleitorado na futura disputa presidencial. "A verdade é uma só. Cada candidato aqui tem uma sombra atrás – das candidaturas à Presidência. Não é um defeito isso, é uma característica", afirmou França em sabatina do <b>Estadão</b>.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>