Um grupo de manifestantes ocupa desde o início da tarde desta quarta-feira, 31, a sede da Secretaria Municipal de Cultura em protesto pela saída do secretário André Sturm e pelo descongelamento de recursos para a área. Cerca de 70 pessoas subiram ao 11º andar do prédio situado na Avenida São João, centro da capital, nas imediações do Largo do Paissandú. A Guarda Civil Metropolitana e a Polícia Militar foram acionadas para o endereço.
Representantes de movimentos culturais da periferia e ligados à Dança, Música e Teatro solicitam contato com o prefeito João Doria (PSDB), com o vice-prefeito Bruno Covas e com o secretário de governo, Júlio Semeghini. Os guardas-civis e policiais que acompanham o movimento disseram que o ato segue pacífico, apesar da resistência do grupo em deixar o local; eles relataram que pretender passar a noite no prédio, se for necessário.
Na calçada da avenida, outro grupo de 50 pessoas se reúne com mantimentos para repassar aos que ocupam o 11º andar. Cerca de 15 viaturas estão posicionadas nas imediações do largo acompanhando o ato. Do lado de fora do 11.º andar, manifestantes expuseram faixas com “Fora, Strum” (sic) e “Contra o genocídio da juventude preta”.
Os integrantes do protesto relataram que há algum tempo criticam o alegado congelamento de verbas para programas da área. A declaração do secretário André Sturm, que na noite da segunda-feira passada ameaçou o ativista Gustavo Soares ao dizer “vou quebrar a sua cara”, teria desencadeado o novo movimento. A frase foi dita ao integrante do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo, da zona leste da capital: “A gente não está conversando, você é um chato, rapaz. (…) Eu vou quebrar a sua cara, é isso mesmo: eu vou quebrar a sua cara. Vai cuidar da sua vida”.
A discussão ocorreu no fim da tarde de segunda-feira, 29, na sede da Secretaria Municipal de Cultura, na qual o Movimento Cultural Ermelino Matarazzo pretendia discutir a renovação de um fomento cultural que recebia da Prefeitura. Em nota enviada à imprensa, o secretário pediu desculpas e comentou o episódio. “Durante reunião com agentes culturais de Ermelino Matarazzo me exaltei e usei linguagem inadequada para a posição de Secretário. Por esta atitude peço desculpas ao rapaz e a todos os munícipes”, escreveu.