Um grupo de manifestantes fez uma série de protestos nesta sexta-feira, 21, contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Com faixas e frases de protesto contra o ministro e o governo Bolsonaro, eles pediam o afastamento do ministro e o fortalecimento do Ibama, que é vinculado ao MMA e que hoje está esvaziado, sem orçamento e capacidade de trabalho.
Os protestos ocorreram em frente ao prédio do ministério, na Esplanada dos Ministérios, e em frente ao Congresso Nacional, onde a oposição começou a colher assinaturas de parlamentares, na tentativa de instalar uma CPI contra Salles. Hoje, a bancada do PT na Câmara foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) cobrar o afastamento do ministro.
Em suas faixas, os manifestantes escreveram que o "Ibama forte segura a boiada", uma referência à expressão usada por Salles em reunião com a cúpula do governo, quando declarou que o Palácio do Planalto deveria se aproveitar do momento em que a imprensa se dedicava à cobertura da pandemia, para "passar a boiada" com atos infralegais, alterando a legislação ambiental.
Salles passou a ser investigado pela Polícia Federal, sob suspeita de participação em um esquema de corrupção ligado à exportação ilegal de madeira. O inquérito teve início a partir da Operação Akuanduba, aberta na quarta-feira, 19, por determinado do ministro do STF Alexandre de Moraes.
O ministro do Meio Ambiente, ao lado de toda a cúpula da pasta e do Ibama, são apontados como parte de um suposto esquema que inclui crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva, facilitação de contrabando e formação de quadrilha, entre outros. Moraes também afastou do cargo o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim.
Ricardo Salles negou irregularidades, disse que Moraes foi "induzido ao erro" e que vai esclarecer os apontamentos feitos pela investigação. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do ministro do Meio Ambiente. Em sua live semanal, afirmou que Salles é um "excepcional ministro" que enfrenta "dificuldades com setores aparelhados do Ministério Público", o que ele classificou como "xiitas ambientais". O MP não participou da investigação.