Mais de mil manifestantes foram às ruas de Baltimore, nos Estados Unidos, pedindo que a acusação criminal de seis policiais pela morte de um homem negro desarmado seja apenas o começo de uma longa luta nacional contra má conduta da polícia. Em marcha em frente à sede da prefeitura de Baltimore, houve discursos pedindo a condenação dos policiais e que ela sirva como mensagem contra a violência.
“A real vitória será quando os seis forem condenados”, disse Sabrina Green, uma manifestante.
O protesto, organizado por Malik Shabazz, presidente da organização Advogados Negros pela Justiça e ex-presidente do Novo Partido Panteras Negras, começou em Baltimore perto do local onde o jovem negro Freddie Gray foi preso no dia 12 de abril. Outros protestos eclodiram na cidade durante toda a tarde, de acordo com a polícia.
Gray foi ferido fatalmente enquanto estava sob custódia da polícia, o que deu origem aos protestos que se tornaram violentos após o funeral do jovem na segunda-feira. O ocorrido reforçou o já aquecido debate sobre as relações entre policiais e as comunidades a que servem.
A chefe da Procuradoria de Baltimore, Marilyn J. Mosby, alegou que, durante os 45 minutos entre a prisão de Gray e o surgimento dele numa van com ferimentos fatais, seis policiais viram que ele precisava de atenção médica, mas não fizeram nada.
Todos os policiais pagaram fiança e foram liberados na sexta-feira à noite. Nenhum deles falou publicamente, mas o advogado deles, Mike Davey, disse que eles não tinham feito nada de errado.
Falando no sábado em frente a uma barreira de policiais, Shabazz disse que o movimento vai continuar até que a brutalidade policial acabe no país. “Vamos nos reunir em paz e vamos sair em paz e vamos marchar por essas ruas para fazer o mundo saber que a marcha por justiça continua até que a brutalidade policial acabe em todo lugar”, declarou.
Os manifestantes condenaram a violência que ocorreu na cidade no início da semana passada, mas disseram que ela fez com que as atenções do mundo se voltassem para Baltimore. “Sem o que ocorreu na noite se segunda-feira, as acusações não teriam ocorrido”, disse Kwame Rose, morador da cidade. Fonte: Dow Jones Newswires.