Estadão

Mansão Mal-Assombrada não emociona ou faz rir

De vez em quando é difícil não pensar que há uma espécie de maldição à solta naqueles filmes que tentam reciclar sucessos de Eddie Murphy. Não só <i>Dolittle</i> é um dos maiores fracassos da carreira de Robert Downey Jr., como as tentativas de Murphy em retornar aos grandes sucessos também não foram muito bem, como <i>Um Príncipe em Nova York 2</i>. Agora, a maldição continua com <i>Mansão Mal-Assombrada</i>, em cartaz.

O longa-metragem é um remake do filme estrelado por Murphy nos anos 2000 e uma nova tentativa de emplacar um sucesso nos cinemas inspirado em uma atração dos parques da Disney. Afinal, assim como<i> Piratas do Caribe</i>, <i>Mansão Mal-Assombrada</i> tem sua história totalmente inspirada na atração do parque, uma das mais disputadas no Magic Kingdom.

Nesta nova aposta da Disney, dirigida por Justin Simien (Cara Gente Branca), o tom da história muda bastante. Sai a comédia histriônica de Murphy, que fez sucesso entre as crianças no longa de 2003, e entra uma sopa de gêneros com cara de superprodução. Há traços de comédia, terror, aventura e até thriller – tudo isso engrandecido com um orçamento de mais de US$ 150 milhões.

A história continua com o mesmo pano de fundo: uma mansão mal-assombrada habitada por 999 fantasmas que esperam enquanto um deles, Gracey, tenta recuperar o amor de sua vida. No entanto, os personagens são outros. O protagonista é Ben (LaKeith Stanfield), que se diz especialista em paranormalidade e é chamado para ajudar a família, que acabou de se mudar para a mansão, a afastar os fantasmas.

<b>ESTRELAS</b>

Ainda há um elenco de apoio de peso: Jamie Lee Curtis como Madame Leota, a vidente presa na bola de cristal; Jared Leto como o fantasma mais perigoso da casa; Owen Wilson como Kent, um estranho padre que convoca Ben; e Danny DeVito como Bruce, um professor universitário que estuda as mansões mal-assombradas de New Orleans.

Quem olha de longe pode até achar que o filme ficou mais interessante, com mais arrojo visual e narrativo. No entanto, fica longe disso por uma série de problemas. Para começar, Simien não tem a mínima ideia de como contar uma história infantil: exagera no horror e a comédia, que funcionou em 2003, some nesta versão.

Muito disso acontece por uma atuação exageradamente apática do improvável protagonista, LaKeith Stanfield. Ainda que o roteiro invista em piadas para o personagem, o ator não consegue acompanhar: ele está apático em cena e parece que tem vergonha de fazer humor. É aquilo: atores de comédia conseguem emocionar, mas nem todos os atores de drama realmente conseguem fazer rir.
Além disso, há o terror: Simien sabe como lidar com elementos do horror. Mas aqui fica a dúvida: será que não é demais para as crianças, o principal público dessa história?

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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