A simplicidade e o carisma de Manu Gavassi, a mais nova ídolo teen brasileira, são contagiantes. Aos 18 anos [ela fará aniversário no dia 4 de janeiro], a garota – indiscutivelmente – conquistou o coração dos adolescentes de todo o País. Com um violão nas mãos, ela se inspira para compor músicas de amor que falam o que todas as meninas de sua idade gostariam de ouvir. "Minhas músicas são o meu diário", disse à reportagem. Mas para quem ela escreve quando fala de amor é um segredo que será mantido a sete chaves, como enfatizou.
Nascida na zona sul de São Paulo, onde vive até hoje com os pais, Manu escreveu sua primeira música em inglês e sem título aos 14 anos. Aliás, a música continua guardada em algum caderninho jogado pela sua casa. "Nem lembro mais detalhes, mas está guardada", disse sorridente. Atualmente, está compondo para o seu segundo CD que deverá ser lançado depois do Carnaval de 2012, sob a produção de Rick Bonadio(NX Zero, Fresno e Mamonas Assassinas).
Manu adora lasanha e odeia futebol, mas disse ser corinthiana por influência do pai. Em 2010, lançou o seu primeiro trabalho, um CD homônimo. O videoclipe do álbum foi visto por mais de 2 milhões de pessoas no Youtube. No Twitter (@manugavassi) já ultrapassou os 450 mil seguidores.
Fama? É uma coisa que ela disse não se apegar muito para não ficar paranoica, mas sua relação com os fãs é íntima. O assédio não a incomoda – atende a todos os pedidos de fotos e de autógrafos, sempre de bem com a vida. "Se incomodasse, mudaria de profissão", fez questão de dizer. Depois da entrevista, contou que iria ler mais um capítulo do livro On the Road (Pé na Estrada), de Jack Keroauc (Editora L&pm).
O termo "apesar da idade…" é encontrado na maioria das reportagens sobre sua carreira. Isto te incomoda? Existe idade para compor uma música, para ser artista?
MANU – Nunca me incomodou e acho até normal a imprensa sempre falar sobre a minha idade porque não é comum, no Brasil, artistas tão jovens que compõem, que conquistam a fama de forma tão precoce. Mas o que é legal é que um monte de meninas da minha idade se identifica com as músicas que escrevo.
E ao que parece, a safra de compositores brasileiros está em baixa. Basta observar o grande número de regravações que o mercado lança a todo instante. Ou estou enganado?
MANU -É verdade. Não tinha analisado essa questão. Mas isso não acontece só no Brasil. Lá fora também. E acho que isso depende do artista. O importante é oferecer para o público uma boa música.
Mas o que faz tantas garotas se identificarem com você, com o seu trabalho?
MANU – Nas minhas músicas, o que eu mais gosto é expressar meus sentimentos, as paixões, as angústias. Minhas músicas são o meu diário. Elas são uma forma de desabafar. As letras mostram que sou uma menina igual a elas, que gosto de um menino que não gosta de mim, que, enfim, tem suas paixões. Eu canto sobre as fases da vida. No meu primeiro CD [lançado em 2010] tem muitas músicas de amor.
Como se dá essa identificação com os fãs?
MANU -Essa é a melhor coisa do mundo. É maravilhoso quando alguém se aproxima e diz: "sua música é exatamente aquilo que eu queria falar para o menino". Me sinto realizada (risos). Quero sempre continuar escrevendo, me expressando.
Seu coração está ocupado ou livre? Para quem você escreve suas músicas?
MANU -(Risos) Ele está livre. Eu abro minha vida nas músicas e isso gera especulações e fofocas. "Para quem você falou?", "para quem você escreveu?" (risos). Escrevo o que sinto, mas para quem escrevo é um segredo que será mantido a sete chaves.
Se você não fosse cantora, o que gostaria de ser?
MANU -Eu sempre disse que queria ser atriz, até por influência dos meus pais – eles são atores. Eu gosto muito da arte. Mas é difícil ser atriz, tem que estudar pra caramba. Passei a vida inteira [detalhe para ser relembrado: ela só tem 18 anos] tendo aulas de teatro. Fui chamada para atuar no seriado "Julie e Os Fantasmas", exibido pela Band e pela Nickelodeon. Atuei não como Manu. Foi uma experiência fantástica e muito mais fácil do que eu pensava. Acabei escrevendo para a trilha sonora do seriado.
Essa participação no seriado não seria uma preparação para uma futura estreia no cinema?
MANU -Ahhhhhhhhhhh, é o meu sonho. Até agora não apareceu nenhum convite para fazer cinema. Mas, com certeza, se aparecer, vou aceitar.
É pesado carregar o título de novo ídolo teen brasileiro?
MANU -Penso não ficar paranoica com isso. Estou fazendo o que gosto, estou me divertindo muito. Não fico me apegando muito a essa coisa de fama; nem me considero famosa. Se alguém acha que sou ídolo teen, isso é ótimo. Trabalho muito e reconheço que estou em um patamar legal. Só isso. Agora, é errado uma pessoa parar de fazer as coisas que gosta por causa da fama.
Como você lida com o assédio dos fãs?
MANU -É a melhor parte do trabalho, é o reconhecimento. Adoro tirar fotos com os fãs, distribuir autógrafos. Se isso me incomodasse, escolheria outra profissão. É maravilhoso.
Vamos usar o termo que citei no início desta entrevista. "Apesar da idade", você se considera uma pessoa madura? O amadurecimento veio antes do tempo?
MANU -Desde que gravei meu primeiro CD, há um ano, vejo que cresci muito, que amadureci pra caramba. Comecei a trabalhar cedo no meio de adultos e são famílias que dependem do meu trabalho. Isso me fez amadurecer, é verdade.
O que você lembra do seu primeiro show, que aconteceu no dia 20 de março no Via Funchal, em São Paulo?
MANU -(Risos) Foi uma loucura, tive aquele friozinho na barriga. Pra começar, adoeci na semana do show, tomei remédio para as dores de garganta, mas creio que tudo aconteceu por conta do nervosismo da estreia. Tinha 2,5 mil pessoas. E olha que subi ao palco, cantei todas as músicas e não errei nenhuma letra. Foi muito bom (risos).