A marcha das mulheres volta a ocorrer em Washington neste sábado, em meio a uma controvérsia e com rota abreviada devido à paralisação parcial do governo. A marcha original em 2017, um dia depois da posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atraiu milhares de pessoas.
Os organizadores apresentaram este ano uma solicitação de permissão para participação de até 500 mil pessoas, mas esperava-se que o comparecimento fosse menor. Marchas paralelas foram planejadas em dezenas de cidades dos EUA.
O plano original era que participantes se reunissem no parque National Mall, em Washington. Mas, com a previsão de neve e chuva, e o Serviço Nacional de Parques sem recolher a neve por causa da paralisação parcial do governo, os organizadores mudaram a localização da marcha e a rota para começar no Freedom Plaza, a poucos quarteirões da Casa Branca, e seguir pela avenida Pennsylvania, passando pelo hotel Trump International.
A marcha deste ano também esteve no centro de um debate ideológico. Em novembro, Teresa Shook, uma das fundadoras do movimento, acusou os quatro principais líderes da organização nacional de anti-semitismo. A acusação tinha como alvo duas líderes principais: Linda Sarsour, uma norte-americana de origem palestina que já criticou a política israelense, e Tamika Mallory, que manteve uma associação com o líder da Nação do Islã, Louis Farrakhan.
Shook, uma advogada aposentada do Havaí, foi creditada como a agitadora do movimento, tendo criado um evento no Facebook que se transformou no protesto maciço de 21 de janeiro de 2017. Em um post no Facebook, ela disse que Sarsour e Mallory, juntamente com os outros organizadores Bob Bland e Carmen Perez, afastaram o movimento “de seu verdadeiro curso” e pediu que todos os quatro se afastassem. Os quatro organizadores negaram a acusação, mas Sarsour lamentou publicamente que eles não foram “mais rápidos e mais claros em ajudar as pessoas entender nossos valores”.
Apesar dos pedidos de unidade, uma marcha alternativa de mulheres surgiu em protesto e planejava uma caminhada paralela em Nova York no sábado a poucos quarteirões de distância do protesto oficial da Marcha das Mulheres de Nova York. Fonte: Associated Press.