Ao menos 60 mil nacionalistas marcharam neste sábado em Varsóvia em uma manifestação convocada por grupos de ultradireita para coincidir com as cerimônias de aniversário da independência da Polônia.
A marcha dos direitistas foi um dos vários eventos que comemoraram os 100 anos da refundação da Polônia como nação, após 123 anos fora do mapa. Horas antes, o presidente polonês, Andrzej Duda, havia encabeçado as cerimônias oficiais que também tiveram a presença do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, ex-primeiro-ministro polaco.
Porém, a marcha da extrema-direita ofuscou as outras cerimônias nos anos recentes. Nela, os participantes elogiaram ideias xenófobas, de supremacia branca ou antissemitas. Um dos cartazes pedia “Por uma irmandade entre as nações brancas da Europa!”. À emissora TVP, um dos manifestantes disse que estava no ato “para tirar os judeus do poder mundial”.
O lema da marcha este ano era “Queremos a Deus”, parte da letra de um antigo cântico religioso polaco que foi citado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em visita recente ao país. Os organizadores falaram da importância de combater os liberais e defender o cristianismo.
Alguns manifestantes portavam a bandeira da Polônia, enquanto outros dispararam fogos de artifício. A reportagem constatou também cartazes com a imagem da falange, símbolo fascista que remonta à década de 1930.
Houve também uma contramanifestação antifascista, porém muito menor. As autoridades polonesas de segurança mantiveram as duas mobilizações bem separadas para evitar casos de violência. Fonte: Associated Press.