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María Corina Machado recebe o Nobel da Paz por sua luta pela democracia na Venezuela

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, foi agraciada nesta sexta-feira com o Prêmio Nobel da Paz de 2025, em reconhecimento à sua incansável luta pela democracia, pelos direitos humanos e pela paz em seu país.

O anúncio foi feito pelo Comitê Norueguês do Nobel, que destacou a coragem e a persistência de Machado diante de um regime autoritário comandado por Nicolás Maduro.

Quem é María Corina Machado?

Nascida em Caracas, em 1967, María Corina Machado é engenheira industrial formada pela Universidade Católica Andrés Bello, com especialização em finanças. Antes de ingressar na política, atuou no setor privado e fundou a Fundação Atenea, voltada ao acolhimento de crianças em situação de rua. Em 2002, criou a organização Súmate, que promove eleições livres e transparentes na Venezuela.

Machado foi eleita deputada da Assembleia Nacional em 2010 com votação recorde, mas teve seu mandato cassado em 2014 pelo governo chavista. Desde então, tornou-se uma das principais vozes da oposição ao regime de Nicolás Maduro, liderando o partido Vente Venezuela e a plataforma Soy Venezuela, que reúne forças pró-democracia de diferentes correntes políticas.

Motivos da premiação

Segundo o Comitê Nobel, María Corina Machado foi escolhida “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta por uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. A comissão também ressaltou que ela se tornou uma figura unificadora em uma oposição antes fragmentada, mobilizando amplamente a sociedade civil em torno da defesa do voto livre.

Em 2024, Machado foi impedida de concorrer à presidência da Venezuela, mas apoiou o candidato opositor Edmundo González Urrutia, cuja vitória foi amplamente contestada pelo regime. Mesmo sob risco de prisão, ela permaneceu no país e coordenou uma rede de voluntários para fiscalizar o processo eleitoral, denunciando irregularidades e fortalecendo a resistência democrática.

Reconhecimento internacional

Antes do Nobel, Machado já havia recebido o Prêmio Sájarov de Direitos Humanos do Parlamento Europeu em 2024, ao lado de González Urrutia. Sua candidatura ao Nobel foi impulsionada por organizações como a Fundação Inspira América e por parlamentares norte-americanos, que destacaram seu papel como símbolo da luta democrática na América Latina.

Um símbolo de resistência

A trajetória de María Corina Machado é marcada por coragem, coerência e compromisso com os valores democráticos. Em um momento em que a democracia enfrenta retrocessos em diversas partes do mundo, sua conquista representa não apenas um reconhecimento pessoal, mas também um chamado global à defesa das liberdades fundamentais.