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Marina descarga cargo em eventual governo tucano

A candidata derrotada à Presidência Marina Silva (PSB) disse que sua decisão de apoiar o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição teve como base o documento divulgado ontem pelo PSDB e é apenas uma posição “programática”, com um “voto de confiança na proposta que simboliza mudança para o Brasil”. Segundo Marina, o documento apresentado por Aécio contempla o que ela considera necessário para mudar o Brasil, mas ela descartou a possibilidade de assumir um cargo no governo do tucano, caso ele vença a eleição.

“Quero, de início, deixar claro que entendo esse documento como um compromisso aos brasileiros, com a Nação. Rejeito qualquer interpretação de que seja dirigida a mim, em busca de apoio”, afirmou. “Seria um equívoco absoluto de me tomar por detentora dos poderes que são do povo”, complementou.

Ontem, o tucano se comprometeu a cumprir quase todas as exigências feitas por Marina em troca de seu apoio. Segundo a ex-candidata, os dois tiveram apenas uma conversa por telefone antes do anúncio feito hoje. “Conversei com Aécio por telefone durante seu almoço em Pernambuco e apenas anunciei que o apoiaria e daria minha posição publicamente neste domingo”, explicou Marina, que estava acompanhada do vice na sua chapa, Beto Albuquerque (PSB-RS).

Na carta de compromisso, Aécio não fez referência a uma mudança da proposta de maioridade penal. A ex-senadora salientou que isso não foi decisivo para firmar sua posição de apoio. “Nós não apresentamos nossa proposta como imposição. Apresentamos aquilo que era o mais interessante. Ele abriu um espaço para o debate sobre esse debate e isso atendeu as minhas expectativas e dos partidos”, explicou.

Sobre a forma que vai participar da campanha de Aécio no segundo turno, Marina disse que a decisão ainda não está tomada e que deve conversar com o candidato nos próximos dias. “A forma como vou participar da campanha isso eu vou discutir com o candidato e ele comigo”, limitou-se a dizer.

Por fim, Marina foi questionada sobre uma possível incoerência de seu apoio a Aécio ir de encontro ao que a ex-candidata defendeu durante a campanha como “a nova política”. “Mantivemos nossa coerência e estou feliz e tranquila com isso. O que nós estamos fazendo é construir a nova política e a mudança proposta por Aécio vai ao encontro a isso, de forma coerente.”

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